Ciência e Saúde

“Esse procedimento é comum a outras vacinas”, diz infectologista sobre a terceira dose

A dose de reforço foi anunciada nesta semana pelo Ministério da Saúde e, a partir de setembro, começa a ser aplicada em parte da população imunizada com as duas doses da vacina

Júlia Andrade

Publicado

há 3 anos

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“Esse procedimento é comum a outras vacinas”, diz infectologista sobre a terceira dose

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O Ministério da Saúde anunciou, esta semana, que iniciará a aplicação da terceira dose da vacina contra a Covid-19 às pessoas imunossuprimidas e idosos acima de 70 anos. O fato chamou a atenção, mais uma vez, para o que diz respeito à eficácia e à segurança das vacinas.

A infectologista Marcia Reis Chebel, em resposta ao O Novo, explicou a coerência e a importância da ação. “É uma medida correta e baseada em estudos científicos que indicam que, após seis meses de imunização, a eficácia das vacinas contra a Covid-19 começa a diminuir, devido a um processo natural de declínio da imunoproteção vacinal”, concluiu.

A decisão de aplicar a chamada ‘dose de reforço’ foi uma decisão conjunta, realizada após uma reunião do Ministério com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) e a Câmara Técnica Assessora de Imunização Covid-19 (Cetai).

“Esse procedimento é comum a outras vacinas, assim como na vacina da Influenza, que é aplicada anualmente e também tem sua eficácia reduzida a partir do sexto ao oitavo mês”, compara a médica.

A Pasta também informou que haverá redução do intervalo entre as doses da Pfizer e AstraZeneca, de 12 para 8 semanas.

Mundo

Não foi apenas o Brasil que decidiu reforçar a vacinação contra a Covid-19. Países como Israel estão ministrando as vacinas para pessoas com mais de 50 anos; outros, como a Hungria, abriram para a população em geral. Ainda há os que oferecem doses só para quem recebeu uma vacina específica, como o Chile.

Os países também aderiram a um período de tempo diferente para quando oferecerão a terceira dose a seus cidadãos - as decisões variam entre três a oito meses depois da aplicação da segunda dose.

Os Estados Unidos, por exemplo, anunciaram, na última quarta-feira (18), que planejam oferecer a terceira dose de vacina a todos os americanos a partir de 20 de setembro. A dose será administrada àqueles que se vacinaram com a segunda dose da Pfizer e da Moderna há pelo menos oito meses. As autoridades de saúde disseram que quem recebeu a dose única de Johnson & Johnson também precisará, provavelmente, de doses extras, mas estão aguardando mais dados.

Em contrapartida, a Organização Mundial da Saúde (OMS) argumenta que é preciso priorizar os países que ainda não conseguiram administrar doses na população, até que se chegue a, pelo menos, 10% das pessoas vacinadas em todos os países, em vez de usar o suprimento global para reforçar a vacinação internamente.