Mogi das Cruzes

Perturbação do sossego volta a tomar bairros de Mogi das Cruzes no fim de ano

A cena se repete entre novembro e dezembro: motos com escapamento aberto, bicicletas motorizadas e barulho madrugada adentro tiram a paz de moradores

Redação

Publicado

há 2 horas

em

Perturbação do sossego volta a tomar bairros de Mogi das Cruzes no fim de ano

O Novo

Quando novembro chega, um velho incômodo volta a rondar diversos cantos de Mogi das Cruzes. Em bairros como Jundiapeba, Santo Ângelo, Jardim Santos Dumont, Jardim Layr, César de Souza e parte do Rodeio, a rotina muda drasticamente: as noites ficam mais barulhentas, o descanso fica mais curto e a paciência dos moradores, no limite.

A cena, já conhecida de todos os anos, se intensifica entre novembro e dezembro. Motociclistas com escapamentos adulterados aceleram de propósito, provocando estrondos que cortam a madrugada. Os relatos se repetem: estalos, explosões e aquele ronco abrupto que parece atravessar paredes, janelas e o sono de quem precisa acordar cedo no dia seguinte.

Somando ao incômodo, outro elemento ganhou força nas ruas: as bicicletas motorizadas, cada vez mais comuns e, em muitos casos, conduzidas por adolescentes. Sem controle de ruído, elas passam repetidamente pelas mesmas vias, produzindo um barulho constante que já virou motivo de reclamação em praticamente todos os bairros citados.

Em regiões como Jundiapeba e Santo Ângelo, moradores contam que há trechos onde a barulheira começa ainda durante a tarde e se arrasta madrugada adentro. No Jardim Santos Dumont, o incômodo cresce aos fins de semana, quando grupos se reúnem para fazer “zueira” com motos e bikes, acelerando sem necessidade e circulando em alta velocidade por ruas estreitas e residenciais.

Esse cenário reacende um debate que vem ganhando força nas últimas festas de fim de ano. Nos últimos anos, campanhas contra fogos de artifício especialmente os de estampido têm ocupado as redes sociais e o noticiário, reforçando os impactos que eles causam em animais, idosos, bebês e crianças autistas. Mas, como apontam moradores, pouco se fala sobre o incômodo diário provocado pelos baderneiros que circulam com escapamentos adulterados ou bicicletas adaptadas, fazendo barulho constante e imprevisível, seja à tarde, à noite ou na madrugada. Para muitos, o debate fica desequilibrado: combate-se o barulho pontual das festas, mas normaliza-se o tormento de todo dia.

O impacto vai muito além do simples incômodo. Há famílias que passam noites inteiras acordadas, idosos e bebês que despertam assombrados pelos estalos e trabalhadores que enfrentam o dia seguinte exaustos. Para muitos, trata-se de uma questão de saúde pública, já que o barulho contínuo afeta o humor, o sono e até a segurança nas ruas.

Embora a perturbação do sossego seja uma infração prevista em lei, moradores afirmam que a resposta das autoridades nem sempre acompanha o volume de denúncias. A dificuldade de flagrar os infratores e o grande número de ocorrências simultâneas deixam a sensação de que a fiscalização não avança no mesmo ritmo do problema.

Com a chegada do fim de ano, o apelo se repete: que a cidade consiga equilibrar convivência, festa e respeito porque descanso não deveria ser luxo de poucos, mas direito de todos.

banner-onovo
EVVE BANNER