Nesta edição especial o O Novo decidiu homenagear através dessa reportagem todos os 746 guararemenses natos ou de coração que venceram a Covid-19 e que neste momento poderão celebrar a chegada de mais um ano ao lado de suas famílias. Também queremos lembrar de todos os que partiram por conta da doença, mas que permanecerão vivos em nossas memórias.
É inegável que o ano de 2020 marcou a vida de toda a população mundial e os números não escondem tal acontecimento. O mundo já registrou mais de 75 milhões de infecções por Coronavírus, 7.042.095 desses casos são no Brasil - dados coletados até a quarta-feira,16 - os registros da doença não param de aumentar e as recomendações da Organização Mundial da Saúde permanecem sendo a melhor opção para controlar a disseminação do vírus enquanto a vacina não é disponibilizada.
Além disso, os sintomas da infecção variam de caso a caso e a recuperação pode ser longa e complexa. Mais de 6 milhões de brasileiros conseguiram se recuperar, o que é motivo para comemorar, contudo 183.822 pessoas tiveram suas vidas interrompidas pela doença aqui no país, sendo 40 vidas do nosso município. A pandemia precisa de atenção e não pode ser subestimada, continue se cuidando e evitando a proliferação da doença, apenas dessa forma será possível fazer com que não percamos mais pessoas tão queridas.
Acreditamos que esse é um momento de esperança - que em outros anos também seria de festejar - mas que neste é proposta uma reflexão sobre a vida, um espaço de agradecer por todos que estão conosco e de pensar positivamente para que 2021 seja tempo de mudança, de renovar as energias e esperar que bons acontecimentos cheguem.
Queremos que neste fim de ano você possa se lembrar com amor àqueles que se partiram, e recorde-se o quão fortes, persistentes e guerreiros eles foram. Que aproveite cada momento ao lado das pessoas que estão aqui, ao seu lado e ame com todas as suas forças os que conseguiram enfrentar e se recuperar do novo coronavírus, o que não é uma situação fácil.
Abaixo trouxemos quatro histórias, que são quatro motivos para continuar lutando e sendo forte. Essas vidas nos enchem de esperança e abrem espaço para os melhores sentimentos que estão dentro de nós. Ademais, elas nos ensinam a importância de se cuidar e se proteger, até o momento esses são os únicos remédios para o controle dessa pandemia. Que você conheça a história desses guerreiros que hoje toparam partilhar um momento tão difícil mas cheio de vitória.
Patrícia Araújo
“não desejo a ninguém, senti muito medo”
Patrícia Araújo contraiu Covid-19 no mês de setembro e relata que começou a se sentir muito cansada, sem forças e com muita dor no corpo. Depois de 5 dias assim, ela começou a perder o olfato e o paladar, e foi neste momento que percebeu que estava com a doença. “Fui ao hospital e como já faziam 7 dias que estava com sintomas, não pude fazer o teste na hora, tive que esperar passar os 14 dias para fazer o teste rápido, e quando fiz deu positivo”, relata.
Depois do teste, os sintomas foram melhorando, mas o cansaço continuou e aí começaram as sequelas: “tive crises de enxaqueca muito ruins, nunca tinha tido isso, voltei ao hospital, com muito medo, pois me sentia muito fraca e com muita dor, mas a médica me disse que isso era normal e ia passar, que dentro de 2 meses, mais ou menos passaria tudo”, e, de fato passou.
“A mensagem que deixo, é que se cuidem, usem máscaras, pois todos estamos expostos a isso, e mesmo que você pegue sem muitas complicações, já é horrível, não desejo a ninguém, senti muito medo”, finaliza.
Thamara Siqueira
“Comecei a sentir muita falta de ar”
Thamara Siqueira explica que tudo começou quando sentiu falta de olfato e paladar, mas que antes disso tinha realizado dois testes, um de PCR (cotonete) e outro sanguíneo, os dois deram negativo. “Descobri porque comecei a sentir fortes dores no corpo, muita náusea, dor de cabeça, vômitos e diarreia, então que fui ao médico, e chegando lá fiz uma tomografia onde constou 5% do pulmão comprometido, o médico me pediu pra ir pra casa, tomar medicação chamada azitromicina por 5 dias, foi então que no quinto dia comecei a sentir muita falta de ar, como se meu pulmão tivesse contraindo”.
Ela foi ao médico, fez uma tomografia e descobriu que de 5%, o comprometimento de seu pulmão havia evoluído para 50% e atingindo os dois pulmões: “o médico pediu minha internação”.
“Meu processo de recuperação graças a Deus foi um pouco mais tranquilo, mas é assustador, pois quando internei já vieram com muitas medicações e diversos protocolos, já iniciei com diversos anticoagulantes e muitas vitaminas, a supervisão era 24 horas”, explica.
Kátia Santiago
“Foram seis dias internada na Santa Casa”
A guararemense Kátia Santiago contou em entrevista ao Jornal O Novo, que foi realizada no mês de junho de 2020, que começou a sentir os primeiros sintomas de Covid-19 no final do mês de maio, “porém fiquei me segurando alguns dias para não ir ao hospital por causa da minha filha, pois sabia que seria difícil alguém ficar com ela por conta do vírus”.
A policial ficou internada na Santa casa da Misericórdia de Guararema, onde afirma ter recebido um tratamento que foi sensacional, sendo assistida pelos médicos e enfermeiros do local que formam equipes que trabalham com excelência. “Foram seis dias internada na Santa Casa de Guararema, fazendo uso de vários medicamentos e repouso”, explica para O Novo.
Após a recuperação, Kátia e o marido fizeram um post no Facebook comentando sobre o período de recuperação e receberam muito carinho da população de Guararema. “Tem sido um bálsamo em nossos corações, sentimos uma imensa gratidão, carinho pelo afeto e solidariedade. Amamos nossa cidade e amamos nosso povo”, afirmam os dois.
Valber Santiago
“Fiquem em casa, se cuidem o máximo”
Em entrevista para o Jornal O Novo, também em junho, Valber Santiago, marido de Kátia, afirma que começou a sentir os primeiros sintomas de Covid-19 no dia 22 de maio, mas que no período achava que era apenas uma gripe e foi se cuidando em casa, no entanto, acabou descobrindo que estava com coronavírus.
“Para mim o convênio da Prefeitura de Guararema foi fundamental na recuperação da minha saúde, porque precisei ficar internado 5 dias na UTI (Unidade de terapia intensiva) do Hospital Santa Maria em Suzano sendo assistido por vários médicos. E se não fosse esse convênio provavelmente não estaria aqui para contar minha história. Foram no total 15 dias internado, sendo cinco na UTI, onde fiz uso de inúmeros medicamentos e bastante repouso”.
Sobre uma mensagem que gostariam de deixar para todos os leitores do jornal, Valber e Kátia afirmam: “fiquem em casa, se cuidem o máximo possível e acreditem, tenham fé que logo, logo estaremos livres do Covid-19 e voltaremos viver nossa vida nesta cidade abençoada, calma e feliz”.