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Direito Digital

Golpe do suporte falso: o crime que virou atendimento ao cliente

Marcelo Oliveira

Publicado

há 1 hora

em

Golpe do suporte falso: o crime que virou atendimento ao cliente

Divulgação

Nos últimos meses, tenho observado um crescimento preocupante de um golpe que vem enganando até pessoas experientes: o golpe do suporte técnico falso. Nele, o criminoso liga para a vítima se passando por funcionário do banco, da operadora de telefonia ou até do aplicativo de mensagens. A ligação costuma vir com um tom urgente: “Detectamos uma tentativa de invasão na sua conta. Precisamos confirmar alguns dados.”

É justamente essa sensação de pressa que abre a porta para o golpe. O criminoso orienta a vítima a seguir “procedimentos de segurança”, que incluem instalar aplicativos, acessar links ou até informar códigos de verificação que chegam por SMS. A partir disso, ele assume o controle da conta, troca senhas, faz transações e muitas vezes instala acesso remoto no celular.

Como especialista em Direito Digital, tenho alertado meus leitores para um ponto crucial: nenhum banco liga pedindo senha, código ou instalação de aplicativo. Instituições sérias não exigem que o cliente compartilhe informações por telefone ou WhatsApp.

Esse golpe é especialmente perigoso porque se baseia na engenharia social, técnica em que o criminoso manipula emoções como medo, urgência e confiança. A pessoa acredita estar falando com o banco e, buscando se proteger, acaba entregando o acesso ao próprio golpista.

A orientação é simples:

– Recebeu ligação dizendo ser do banco? Desligue e ligue você mesmo para o número oficial.
– Nunca compartilhe códigos enviados por SMS.
– Não instale aplicativos indicados por atendentes desconhecidos.
– Ative autenticação em dois fatores e mantenha o sistema atualizado.

A legislação brasileira prevê punição para fraudes digitais, e a vítima deve registrar boletim de ocorrência e acionar imediatamente sua instituição financeira. Ainda assim, a prevenção continua sendo nossa arma mais poderosa. Vivemos em um tempo em que o golpe chega antes da informação. E a melhor defesa é sempre desconfiar, especialmente quando a urgência vem do outro lado da linha.

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Advogado desde 2012, presidente da Comissão de Direito Digital e da Comissão de Privacidade da OAB Suzano. Pós-graduando em Direito Civil, Processo Civil, Família e Sucessões pelo Legale, e especialista em Direito Digital com foco em LGPD. Formado pela LEC e pelo ITS Rio em Proteção de Dados. Criador do curso “Descomplicando a LGPD”, com mais de 300 alunos.

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