René Marques

Durante a Sessão de Conciliação (1)

Tendências em Resolução de Conflitos

René Marques

Publicado

há 1 ano

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Durante a Sessão de Conciliação (1)

O relógio nos avisa... chegou a hora de sentar, conversar e, juntos, envidaremos esforços para resolver um conflito. Neste momento, o poder de modelar uma solução  está em suas mãos!


Se você optou pela sessão na modalidade “Presencial”:
Recomenda-se comparecer com antecedência, portando todos os documentos necessários para a qualificação pessoal e os documentos necessários para a conversação. Caso tenha contratado um advogado, a carteira OAB do estado onde ocorrer a sessão será solicitada.

Você encontrará um ambiente muito parecido com uma sala de reuniões, com os cuidados contra a covid19 exigidos pelas autoridades sanitárias.  

Exemplificando, segue uma disposição típica de mesas e cadeiras de uma Câmara de Conciliação, visando a interação igualitária das partes e seus advogados, caso sejam constituídos.

Obs.:
“acompanhante” = o advogado do mediando, ou outro participante da questão.
“co-mediador ou conciliador” = auxiliar direto do Mediador/Conciliador.


Se você optou pela sessão “On Line”:
Já participou de uma “live”? Uma reunião via “ZOOM” ou “GOOGLE Meet”? Trabalha em “home office”? Você não terá dificuldades.

A recente pandemia e os períodos de “Lockdown” ajudaram a disseminar essas ferramentas que, de maneira segura e confiável, nos permitem reuniões a distância. Você necessitará de Celular, notebook ou desktop equipados com câmera de vídeo e microfone.

Ao clicar no link do convite e começar a participar da sessão, você será conduzido a uma “sala de espera” ou “lobby” virtual, onde deverá aguardar a permissão para adentrar à reunião. 

Deve-se observar que nas sessões “on line” os vídeos permanecem ligados no decorrer de toda a sessão e os microfones normalmente permanecem desligados, sendo ativados no momento do uso da palavra. Tal ocorre devido as limitações próprias de um ambiente virtual, onde a falas simultâneas tornam a audição quase impossível. Lembrando que a qualidade dos equipamentos e da banda larga de internet utilizada afetam bastante a audição

A regra que mais nos auxilia nesse momento é que exista um tempo delimitado para a fala de uma das partes, em seguida a parte contrária fala pelo mesmo tempo, cada qual a seu momento. O Mediador deverá saber como conduzir os apartes.

Comparada as audiências judiciais, as sessões extrajudiciais tem um padrão mais informal, onde as partes são estimuladas a dialogarem e juntas, comporem um acordo. Porém, seguem as mesmas exigências protocolares que visam conferir fé pública ao ato, quais sejam, qualificação das partes, equanimidade, imparcialidade do mediador, confidencialidade, respeito a parte contrária e seu advogado, impossibilidade de participantes que não façam parte dos polos citados no convite, etc. 


A estrutura de uma sessão de Mediação/Conciliação.
Uma sessão típica deverá contemplar como mínimo, os seguintes pontos:

1. Admissão na sala e apresentações.
2. Qualificação das partes e advogados.
3. Formalização do aceite em participar da sessão na modalidade escolhida e de seus condutores (Câmara, Mediador e Co Mediador).
4. Avisos legais sobre o regime de confidencialidade, proibição de manifestação de partes não inseridas nos polos ativo e passivo, etc.
5. Explicação sobre o procedimento de aprovação do acordo (caso venha a ser produzido), a ser conduzido ao final da sessão.
6. Em caso de sessão “on line”, explicação sobre o procedimento a ser seguido em caso de saída da sessão de um participante, devido a problemas técnicos com equipamentos ou internet.
7. Declaração de Abertura.
8. Sessão.
9. Produção, leitura e aprovação do acordo.
10. Encerramento.

Recomendo a leitura da minha coluna de 30 março 2022, intitulada “Preparando a Sessão de Conciliação”, que traz informações complementares.

Nas próximas colunas seguiremos com a condução de uma sessão na prática.

Até lá!

 

René Marques é Engenheiro com MBA Gestão Empresarial pela FGV, Mediador e Conciliador Judicial pelo TJUSP. Atua em Câmaras Privadas e CEJUSC, na resolução de conflitos empresariais e da sociedade civil em geral.

René Marques é Engenheiro com MBA Gestão Empresarial pela FGV, Mediador e Conciliador Judicial e Extrajudicial pelo TJUSP. Atua em resolução de conflitos empresariais e da sociedade civil.