Natasha Santos

Aulas durante a pandemia

Natasha Santos

Publicado

há 2 anos

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Aulas durante a pandemia

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Após a pandemia, houve a inovação das aulas na modalidade EAD (Ensino à Distância). O novo modelo trouxe vários adeptos e outros nem tanto. Também apresentou, inegavelmente, altos investimentos em plataformas digitais para as Instituições de Ensino, grande economia em relação ao uso de espaços físicos e seus encargos.

Por outro lado, os alunos também precisaram se adaptar para continuar estudando: agora seria necessário que tivessem computadores ou notebooks e internet em velocidade compatível para acompanhar as aulas em casa. Ou seja, o valor investido por esses alunos aumentou. Além da mensalidade, passaram a pagar pela aparelhagem necessária e pelos insumos decorrentes, como energia elétrica.

Por isso, vários casos foram levados ao Judiciário buscando baratear as mensalidades, já que os alunos não utilizavam as dependências físicas das instituições de ensino, passaram a ter maior investimento e custo em suas casas e, consequentemente, maior despesa com o curso em si, entendendo pela desigualdade da relação jurídica que, no caso, é uma relação consumerista.

Em caso como o acima, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) publicou a decisão afirmando que, a princípio, as instituições de ensino foram obrigadas a paralisar as atividades presenciais devido à pandemia da Covid-19, logo, o não cumprimento do contrato presencial das aulas não se deu por culpa ou vontade das escolas e universidades, mas por medidas sanitárias impostas.

Com essa linha de raciocínio, o STJ decidiu que o Judiciário pode apenas intervir de forma excepcional e que não é por qualquer intercorrência que poderá modificar as condições originais do contrato, como o valor inicialmente pactuado. Em caso de severo desequilíbrio na relação entre as partes, aí sim a matéria poderia ser objeto de revisão do reequilíbrio contratual através do Judiciário.

Advogada pós-graduada em Direito administrativo e constitucional, Natasha Santos, 29 anos,  irá, semanalmente, escrever sobre diversos assuntos jurídicos.

Com passagem pela Câmara Municipal de Guararema e Câmara dos Deputados, em Brasília, atualmente trabalha em São Paulo, como advogada especializada em direito público e eleitoral.