Nacional
Alexandre de Moraes votou hoje (24) a favor da continuidade da prisão preventiva de Bolsonaro
Ministro fundamenta decisão em risco de fuga e possível descumprimento de medida cautelar

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou hoje (24) por manter a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente detido na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. A Primeira Turma da Corte julga se confirma a decisão individual do relator, que converteu a prisão domiciliar de Bolsonaro em preventiva no sábado (22). No voto, Moraes considerou informações apresentadas durante a audiência de custódia realizada no domingo (23). Segundo o ministro, Bolsonaro admitiu ter danificado a tornozeleira eletrônica, o que caracteriza descumprimento de medida cautelar.
A decisão de Moraes se baseou em dois pontos principais: risco de fuga, indicado pela tentativa de violação da tornozeleira eletrônica na madrugada de sábado, que levou à substituição do equipamento e possível interferência no cumprimento da prisão domiciliar, diante de convocações públicas para uma vigília próxima à residência do ex-presidente.
Em vídeo da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, Bolsonaro afirma que mexeu no equipamento por curiosidade e que utilizou uma solda. Na audiência de custódia, ele declarou ter passado por um “surto” relacionado à interação de medicamentos receitados por médicos distintos. A defesa argumentou ao Supremo que o ex-presidente não tentou romper a tornozeleira e que sua fala no vídeo estaria comprometida pelos remédios. Os advogados apresentaram laudo médico e pediram o retorno à prisão domiciliar humanitária, alegando necessidade de cuidados de saúde.
De acordo com contrato da Secretaria de Administração Penitenciária do DF com a empresa responsável pelo monitoramento, cada tornozeleira custa R$ 245,84 aos cofres públicos. Em caso de dano, a multa é de três vezes o valor do equipamento, inicialmente paga pelo governo e posteriormente passível de cobrança ao monitorado. Uma norma aprovada pela Câmara Legislativa do DF em 2021 prevê ressarcimento para quem tiver condições financeiras.

















