Entrevistas

Chef Gabriel Grinberg fala sobre a valorização de pequenos produtores

Colunista do O Novo explica as principais dificuldades de ser um profissional da gastronomia

Ana Luiza Moreira

Publicado

há 3 anos

em

Chef Gabriel Grinberg fala sobre a valorização de pequenos produtores

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Em fase de mudanças, O Novo tem se posicionado com ainda mais força na internet e, conta também, com grandes profissionais de Guararema e Mogi das Cruzes para falar sobre suas áreas de especialidade. Nesta edição, conversamos com Gabriel Grinberg, que é chef de cozinha e nosso colunista.

O Chef começou cedo na cozinha, ainda bem pequeno gostava de brincar dentro de grandes caldeirões e câmaras frias, os avós Valter e Thereza Ramirez produziam há anos refeições coletivas, na antiga empresa da família, a IRCA (Industrias de Refeições Caseiras) que chegou a vender na década de 80 cerca de 3 mil refeições diárias, já os avós Jacks e Nair Grinberg, costumavam produzir grandes banquetes para amigos em datas especiais e para receber grandes autoridades da área educacional.

Confira a entrevista:

Gabriel nos conte um pouco sobre você e como se interessou por gastronomia.

“Minha formação profissional começou para valer quando ingressei no curso superior de Gastronomia – Chef de Cozinha Internacional pela Universidade Anhembi Morumbi no ano de 2007, durante o curso, tive a oportunidade de ingressar no curso de “Chef Master” da EACL (Escola de Arte Culinária Laurent).

Em busca de aperfeiçoamento profissional, com auxílio do Chef Laurent Suaudeau, eleito Maitrê Cuisine de France (Melhores Cozinheiros da França) e discípulo direto de Paul Bocuse, o obtive experiência necessária para elevar os gestos profissionais ao nível mais alto dentro do “métier”. Ainda durante esse período, obtive o mérito de ser convidado pelo Chef Laurent para trabalhar como confeiteiro na Vipiteno Gelato e Caffé, na época sua mais nova casa que em poucos meses se tornaria referência na Cidade de São Paulo, a casa era conduzida pelo grande chef executivo Tota Neto, a Vipiteno se tornou um sucesso em pouco tempo”.

Como iniciou seu empreendimento?

“No início de seu funcionamento, em 2014, minha empresa trabalhava de portas fechadas, produzindo apenas a linha institucional (Food Service) que permanece até os dias atuais de forma artesanal, como deve ser.

Decidi abrir as portas da Boutique de Pães – K, no dia 14 de junho do de 2014, no início, a dúvida da transição era uma realidade, pois já estava por 6 anos com a Grinberg Fine Food, que servia como um oásis no interior da empresa familiar.

Desde o primeiro dia de inauguração, a padaria já recebia diversos clientes, o salão era realmente muito pequeno, a produção era toda envidraçada, parecia um aquário, tudo impecavelmente limpo e organizado. Isso chamou a atenção de todos e logo a loja foi ampliada, a produção não dava conta da quantidade de clientes, eram filas como nas boulangeries e patisseries de Paris e NY.

Atualmente, a loja foi novamente reformada e ampliada, pronta para atender a todos os clientes e colaboradores dentro das normas de segurança solicitadas pelo ministério da saúde”.

Quais acredita que são as principais dificuldades da área? E quais são suas principais conquistas?

“As principais dificuldades estão na mudança do padrão ‘cultural’ e da consciência robótica do ser humano, todo mundo está viciado em produtos industrializados e com preços radicalmente mais baratos que algo artesanal ou orgânico. Infelizmente, o ser humano ou uma grande parcela está tendo que valorizar a qualidade e a origem do que está consumindo através da dor pela perda da saúde. Isso realmente é muito triste, mas claro que já existe uma parcela significativa de pessoas de todas as classes sociais que tem mudado seu padrão e escolhendo melhor aquilo que coloca dentro de casa

Considero a valorização dos pequenos produtores e dos profissionais da gastronomia, utilização de alimentos sazonais e produtos regionais como minha maior conquista profissional, todos os prêmios e títulos são somente os frutos desses simples preceitos”.

O setor gastronômico foi afetado de que maneira com a pandemia de Covid-19?

“Depende da área relacionada, supermercados, padarias não sofreram tanto, mas claro que mesmo assim ocorreu uma perda de faturamento, estabelecimentos que mesmo abrindo para atender balcão não podiam atender nas mesas, muitos profissionais foram demitidos, os bares, lanchonetes e restaurantes foram completamente afetados pelo Covid-19”.

Atualmente, você é colunista do O NOVO, como o convite surgiu?

“Através de uma conversa entre o Junior Siqueira e o Ruben do programa Cozinhando com Amigos, fizemos essa parceria e tem sido maravilhoso”.

O que podemos esperar de sua coluna?

“Quero transmitir ao público que a boa cozinha alimenta ambos: o corpo e a alma”.

Gostaria de deixar algum recado para os leitores do Jornal O NOVO?

“Leiam as matérias e compartilhem, pois tudo tem sido produzido com muito carinho e respeito aos leitores”.

 

 

 

A jornalista Ana Luiza Moreira é formada pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), é desenvolvedora do Portal Freaks! e atua como redatora do Jornal O Novo.