Gabriel Grinberg
A boa cozinha deve alimentar ambos o corpo e a alma
Uma vez um sábio rabino saiu para passear no campo com um de seus alunos e ao avistar uma maçã em uma árvore ele ficou completamente preenchido pela grandeza da criação Divina, então ele estendeu as mãos e pegou duas maçãs uma ele deu ao seu aluno e a outra ele, erguendo na altura dos olhos disse “Bendito sejas Tu Eterno nosso Senhor que criastes as frutas das Árvores” (Bore peri HaEts) e então comeu.
Seu aluno ficou curioso e perguntou para o rabino qual era a diferença entre a benção que ele havia feito pela maçã da benção em que a maioria das pessoas faziam antes de comer a fruta. Então explicou o Rabino, a diferença está na intenção em fazer a benção, sabemos pelas leis Divinas que comer algo sem abençoar antes é o mesmo que roubar o próprio pai ou a própria mãe, que o Eterno não o permita, pois o alimento vem do Divino nosso Senhor e para receber algo dele a única coisa que ele pede é “agradeça” tenha “apreciação”. As pessoas realizam a benção para comer a fruta pois estão com fome e querem se alimentar dela, naquele momento eu não estava com fome mas meu coração se alegrou tanto em poder contemplar aquela fruta que eu queria dizer uma benção por tamanha grandeza, mas sabemos que não podemos dizer uma benção em vão então para não usar o Nome do Eterno em vão eu precisei comer aquela bela e também deliciosa maçã...rs...essa é a diferença ele disse ao aluno.
Nessa pequena história vemos a importância em buscar uma interação com as energias internas dos alimentos, se alimentar apenas para satisfazer a fome é uma espécie de idolatria de materialismo excessivo, não existe problema nenhum em comer por sentir fome mas em comer apenas para saciar a fome, precisamos elevar as centelhas de luz que estão dentro de cada alimento como num processamento cósmico de energia, o ser humano tem a capacidade de unificar todos os reinos (animal, vegetal, mineral e espiritual) fazendo uma transmutação de energia, nosso corpo funciona exatamente como funcionava o Templo Sagrado em Jerusalém, todos os sacrifícios que os sacerdotes ofereciam são na realidade comparados aos alimentos que comemos, nosso corpo é o próprio “Templo Sagrado em miniatura”, a mesa da nossa casa é o “altar” onde oferecemos nossos “sacrifícios”, o alimento comprado através do suor do nosso rosto e por isso escolher exatamente aquilo que colocamos na nossa mesa e dentro de nós é algo tão importante, consciência é tudo.