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IAs entre os estudantes

Suéller Costa

Publicado

há 1 mês

em

IAs entre os estudantes

Divulgação

A Inteligência Artificial Generativa já integra a rotina dos estudantes brasileiros, do ensino básico ao superior. Com ela, realizam pesquisas, produzem trabalhos e personalizam atividades. No entanto, poucos são orientados quanto ao uso consciente dessas tecnologias, especialmente sobre a apropriação dos dados disseminados, o que gera consumo indevido e, muitas vezes, ingênuo dos conteúdos.

Muitos estudantes não utilizam as informações como fontes, mas como autoras de seus trabalhos, gerando problemas éticos, sobretudo relacionados à autoria. Esse é um dos dilemas enfrentados por professores, que conhecem seus alunos e reconhecem os materiais entregues, desconfiando de sua veracidade.

Esses relatos foram confirmados na 15ª edição da pesquisa TIC Educação, organizada pelo Cetic.br e NIC.br. Lançada em setembro pelo CGI.br, a pesquisa revelou que a IA está presente no cotidiano de grande parte dos estudantes, especialmente do Ensino Médio. Sete em cada dez alunos já recorrem a ferramentas como ChatGPT, Copilot e Gemini para realizar tarefas escolares. Contudo, poucos são instruídos por professores sobre como usar essas tecnologias no contexto educacional.

O levantamento foi feito em 1.023 escolas públicas e particulares, urbanas e rurais, com turmas do Ensino Fundamental e Médio; e envolveu 7.476 alunos e 1.462 professores. Segundo o estudo, 70% dos alunos utilizam tecnologias digitais em tarefas escolares ou para aprender algo de interesse. As atividades mais citadas incluem: buscar informações sobre matérias não compreendidas (86%), pesquisar para trabalhos (84%) e praticar conteúdos que estão aprendendo (78%).

O estudo destaca a urgência de promover o uso crítico, seguro e criativo das tecnologias digitais na aprendizagem. É necessário incluir esse tema no cronograma escolar, orientando os estudantes diante das rápidas inovações. Isso exige dos professores constante atualização e dos alunos, consciência de que explorar tecnologia exige intencionalidade, e, sobretudo, responsabilidade.

Esse processo poderá avançar com a inclusão da Educação Digital e Midiática nos currículos escolares, prevista para 2026. Diante das IAs, um programa sistemático deverá ser conduzido por profissionais especializados, preparados para orientar as gerações para as inovações de seu tempo.

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Suéller Costa é jornalista, pedagoga, educomunicadora e pesquisadora. Doutoranda em Educação (FEUSP). Mestre em Ciências da Comunicação (ECA/USP). Especialista em Educomunicação (ECA/USP). Sócia da ABPEducom (Associação Brasileira dos Profissionais em Educomunicação) e APEP (Associação dos Professores de Escolas Públicas). Idealizadora do Educom Alto Tietê, que desenvolve projetos em educação midiática, tecnológica e digital. Vencedora em vários prêmios voltados à Educação. 

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