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Infância conectada: a exposição precoce no ambiente virtual

Suéller Costa

Publicado

há 3 horas

em

Infância conectada: a exposição precoce no ambiente virtual

Divulgação

Você já perguntou aos seus alunos quantos estão nas redes sociais? Mesmo entre crianças, o número é surpreendente. Muitos possuem canais no YouTube, participam de grupos no WhatsApp, organizam conversas no Discord e marcam encontros em aplicativos.

Não deveria ser surpresa. Segundo a pesquisa TIC Kids Online (2024), 93% da população brasileira entre 9 e 17 anos utiliza a internet. Mas o problema é: o que eles fazem no ambiente virtual?

Muitos navegam pelas redes sociais. Embora elas sejam, oficialmente, destinadas a maiores de 16 anos, as crianças também transitam por elas. Estão, principalmente, no TikTok, Kwai e Instagram. Suas referências culturais — músicas, filmes, desenhos, séries, animações — vêm, sobretudo, do YouTube.

Muitos são consumidores, e boa parte já assume o papel de produtores de conteúdo: compartilham histórias de vida, repostam vídeos engraçados, replicam danças, expõem a vida pessoal. A infância, antes reservada, agora se projeta nas telas com produções nem sempre condizentes com suas faixas etárias.

Esse cenário já é conhecido por muitos. Afinal, ver uma criança com o celular virou rotina. O problema está no uso inconsciente que o público infantojuvenil faz das redes sociais. Mais uma vez, a educação midiática entra em cena!

É preciso comunicar com propósito! Utilizar os suportes, linguagens e dinâmicas tecnológicas para potencializar vozes. Navegar com responsabilidade; consumir de forma consciente; produzir com objetivos significativos.

Como? Educando!

Mostrando como operam o fluxo informacional, as linguagens multimídia, os gêneros discursivos, as mensagens que transmitem, os propósitos que semeiam, os interesses por trás do que se produz, além do processo algorítmico, o circuito dos conteúdos e seu alcance no universo digital. E, por fim, os impactos de uma comunicação em rede.

Trata-se de um processo educativo contínuo: utilizar os recursos tecnológicos com objetivos claros; desbravar o ambiente digital com consciência; explorar a linguagem multimídia para comunicar com intencionalidade.

Existe uma frase — de autoria desconhecida — que diz:"Você se torna os livros que lê, os filmes que assiste, as músicas que ouve, as conversas que tem. Escolha com sabedoria o que alimenta a sua mente". O mesmo se aplica à identidade virtual. Você é reflexo do que compartilha.

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Suéller Costa é jornalista, pedagoga, educomunicadora e pesquisadora. Doutoranda em Educação (FEUSP). Mestre em Ciências da Comunicação (ECA/USP). Especialista em Educomunicação (ECA/USP). Sócia da ABPEducom (Associação Brasileira dos Profissionais em Educomunicação) e APEP (Associação dos Professores de Escolas Públicas). Idealizadora do Educom Alto Tietê, que desenvolve projetos em educação midiática, tecnológica e digital. Vencedora em vários prêmios voltados à Educação. 

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