Natasha Santos

Geolocalização de funcionários

Natasha Santos

Publicado

há 2 anos

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Geolocalização de funcionários

Em meio às diversas batalhas judiciais travadas entre trabalhadores e empregadores na Justiça do Trabalho estão nos principais objetos de litígio pedido de horas extras, horas intrajornadas e interjornadas. Geralmente, os mecanismos de apuração da veracidade desses casos são realizados por meio do confronto com cartão de ponto e oitiva de testemunhas.

Entretanto, referida situação não necessariamente corresponde com exatidão à realidade dos fatos. Com os avanços tecnológicos e com a implantação da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) nas plataformas bancárias, nas redes de comunicação social, de aplicativos de música, sites de compras, de empresas, e-mails, entre outros, as pessoas, no geral, passaram a aceitar os termos de condições de uso e armazenamento de dados pessoais. 

Esses sites e aplicativos, além de terem os dados pessoais do usuário, possuem também um gerenciamento de localização. Isso significa que os dados coletados, de modo autorizado, são capazes de apontar onde cada indivíduo está em todos os momentos do dia. 

E foi com base nisso que houve recentíssima inovação nas ações trabalhistas com pedidos de pagamento de horas extras. O fundamento é de que as informações de geolocalização, uma vez solicitadas em juízo e aprovadas pelo juiz, podem ter o sigilo quebrado, para ser utilizada como prova no processo judicial, de modo a apurar se realmente o funcionário estaria no local de trabalho e no exercício de suas funções nos horários em que postula as horas extras.

A estratégia vem sendo utilizada por grandes empresas, mas a tendência é de ser utilizada em grande escala em cerca de um ano, posto que tanto as Varas do Trabalho quanto os Tribunais Regionais do Trabalho já vêm autorizando a quebra do sigilo de geolocalização há alguns meses.

Advogada pós-graduada em Direito administrativo e constitucional, Natasha Santos, 29 anos,  irá, semanalmente, escrever sobre diversos assuntos jurídicos.

Com passagem pela Câmara Municipal de Guararema e Câmara dos Deputados, em Brasília, atualmente trabalha em São Paulo, como advogada especializada em direito público e eleitoral.