Alto Tietê

Vírus Monkeypox: número de casos tem aumento no Alto Tietê, subindo para 21

Infectologista diz que a taxa de mortalidade passou a variar de 0% a 11%, e explica como evitar o contato com o vírus

Lívia Rios

Publicado

há 1 ano

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Vírus Monkeypox: número de casos tem aumento no Alto Tietê, subindo para 21

Divulgação

O Alto Tietê registrou nesta quinta-feira (11) 21 casos da varíola dos macacos. As cidades com maior número são Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes e Suzano. Fora essas, Poá e Arujá estão também na linha de frente da doença.

A quantidade de pessoas com o vírus aumentou drasticamente em menos de um mês. Em Itaquaquecetuba, por exemplo, já foram contabilizados seis casos. Já Mogi das Cruzes, que antes tinha três, passou a ter quatro. Suzano, que também tinha registrado três, subiu para seis. Poá e Arujá apresentaram um caso cada uma.

Todos esses dados foram coletados a partir de um levantamento, junto as prefeituras de cada uma das regiões. 

Outras cidades, como Ferraz de Vasconcelos, Santa Isabel e Salesópolis não possuem nenhum registro. No entanto, há suspeitas da circulação do vírus. Guararema e Biritiba Mirim não enviaram respostas até o fechamento desta edição. 

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, todas as pessoas que tiverem febre, dores no corpo, dores de cabeça e lesões na pele devem procurar a unidade de saúde mais próxima para realizar o diagnóstico.

Cuidados e alerta

O vírus Monkeypox é do tipo contagioso e muitos se questionam sobre a sua forma de transmissão. Algumas delas são: contato direto com as lesões de pele ou fluídos corporais; contato indireto com superfícies e materiais contaminados (toalhas, roupas de cama, entre outros); gotículas respiratórias (exposição próxima).

De acordo com a médica infectologista, coordenadora do Programa Municipal de IST e AIDS de Mogi das Cruzes, Márcia Carvalho dos Reis Chebel, nos casos atuais do Brasil e do mundo existem também uma forte correlação de propagações durante as relações sexuais, sendo essa a via de disseminação verificada em mais de 90% dos casos. 
Conforme o vírus se desenvolve no corpo do indivíduo, as feridas levam de 2 até 4 semanas para sarar; e a doença deixa de ser transmitida após as lesões desaparecerem da pele. 

Outro ponto que gera dúvida entre a população é sobre a gravidade da doença. Segundo a infectologista, a maioria dos casos humanos de MPX apresenta sintomas leves e moderados. Além disso, a taxa de mortalidade passou a variar de 0% a 11% em surtos, referentes às áreas endêmicas, afetando, principalmente, as crianças. 
Ainda de acordo com ela, indivíduos imunocomprometidos também estão correndo risco (idosos, diabéticos ou com doenças reumatológicas, pacientes oncológicos, entre outros). No entanto, ainda há pouca informação disponível sobre a doença nestes pacientes.
Com relação a tratamentos e demais formas de contornar a situação, a médica relata: “No Brasil, não temos nenhuma medicação específica, portanto, usamos apenas medicamentos para dor, febre e pessoas sintomáticas”. 

Ela também complementa dizendo que, nos EUA, estão sendo usados antivirais, chamados Cidofovir e Tecovirimat, para grupos específicos, com maior risco de gravidade. “Porém, essa medicação ainda não está disponível no Brasil”, finaliza.

Com relação a vacinas, para conseguir conter o contágio do vírus Monkeypox, a especialista conta que há duas vacinas atuais, que foram produzidas de uma modificação da vacina da varíola, que vem sendo aplicada no Reino Unido, Canadá e Estados Unidos para grupos específicos, como profissionais da Saúde. “Existe negociação de compra para esses imunizantes, com previsão de chegada ao Brasil até setembro de 2022, em poucas doses”, adianta.  

 

Lívia Rios é estudante de comunicação social • Jornalismo;

Além de repórter e apresentadora do jornal O Novo.