Eleições 2020
Entrevista com Caio | Pré-Candidato a prefeito de Mogi das Cruzes | Eleições 2020
Entrevista com Caio Cunha, vereador e pré-candidato a prefeito de Mogi das Cruzes pelo Podemos (PODE).
O Hospital de Campanha de Mogi das Cruzes será desativado hoje, pouco mais de três meses desde o início de suas atividades, que se iniciou dia 24 de maio. A decisão foi tomada pelo Comitê Gestor do Coronavírus de Mogi das Cruzes com base na queda do número de óbitos e internações por Covid-19 registradas nas últimas semanas.
Desde o dia 21 de agosto, a unidade deixou de receber novos pacientes, cuidando apenas dos que já estão em tratamento no local. De acordo com responsáveis da prefeitura, hoje, a unidade tem apenas dois pacientes, que serão avaliados ao longo do dia, para saber se terão alta ou encaminhados para o Hospital Municipal de Mogi das Cruzes, em Braz Cubas, onde está instalado o Centro de Referência do Coronavírus.
Instalado na avenida Cívica, no Mogilar, o Hospital registrou até 20 de agosto, 494 admissões de pacientes. Embora tenha sido projetado para 200 leitos, o Hospital de Campanha nunca teve mais de 50 leitos ocupados simultaneamente.
“Nós fizemos o planejamento em quatro partes de 50 e assim os contratos foram feitos também, como está no Portal de Transparência, para que os custos fossem proporcionais. O que passasse de 50 seria por acréscimo de 15 leitos, mas em nenhum momento nós precisamos passar”, explicou o secretário municipal de Saúde, Henrique Naufel.
Até sexta-feira, 28 de agosto, a cidade de Mogi das Cruzes, de acordo com dados fornecidos pelo Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat), tinha até o momento 6.718 casos confirmados de Coronavírus, com 4.665 pessoas recuperadas e 319 óbitos.
Entrevista com Caio Cunha, vereador e pré-candidato a prefeito de Mogi das Cruzes pelo Podemos (PODE).
Jovens surgem como opção de renovação na Câmara Municipal
Por muitos anos, política era tido como um assunto não bem-visto pelos jovens e adolescentes brasileiros. Porém, depois de 2013, com as manifestações pela redução da tarifa e o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, trouxeram a política para as redes sociais e, com isso, alcançou jovens por todo o país. Em 2018, na eleição presidencial, a câmara de deputados teve sua maior renovação em anos, mas, os jovens abaixo dos 30 anos, foram eleitos apenas 14, representando 2,7% dos 513 parlamentares.
No Alto Tietê não é diferente. Dos 161 vereadores da região, apenas 10 foram eleitos, em 2016, abaixo dos 30 anos. O número representa 6,2% do total de parlamentares das 10 cidades que compõem a região. Entre eles, o vereador Renatinho Se Ligue (PSDB), de Ferraz de Vasconcelos, hoje com 27 anos, é um dos vereadores mais atuantes na câmara da cidade e nas redes sociais.
Em Mogi das Cruzes, nenhum dos 23 parlamentares da câmara municipal é jovem. A última vez que isso aconteceu foi em 1996, quando Karina Marques, aos 23 anos, foi eleita pela primeira vez e ficou por dois mandatos, quando não conseguiu se reeleger em 2004, aos 31 anos.
Neste ano, exatamente em 20 de junho, jovens americanos boicotaram o comício realizado pelo presidente norte-americano Donald Trump, na cidade de Tulsa, em Oklahoma por meio da rede social TikTok. Com isso, Trump estuda proibir o uso do aplicativo nos Estados Unidos. Bem provável que, essa atitude, seja por medo de ser prejudicado em sua campanha para reeleição contra o candidato Democrata Joe Biden.
Já em Mogi das Cruzes, jovens estão se colocando como pré-candidatos a vereador da cidade, angariando apoiadores, buscando pessoas que possam colaborar diretamente na campanha e utilizando as redes sociais para falar que a cidade precisa urgentemente de uma renovação. Com isso, O NOVO entrevistou três jovens que pretendem fazer diferença em novembro.
Os jovens
O jovem conservador, bacharel em direito e pós-graduando em Direito Público Rubens Fleming, de 24 anos, é pré-candidato a vereador de Mogi das Cruzes pelo Patriota e disse que decidiu entrar na política tão cedo devido ao empenho de líder estudantil na época de faculdade e, também, por conta de um incentivo de uma pessoa próxima.
“O presidente do Patriota de Mogi, Silvério Nobre, me conheceu na universidade no curso de direito e me convidou para me filiar ao partido, pois devido aos trabalhos sociais que eu realizava com a Atlética do Direito da UMC nas periferias de Mogi, ele me disse que eu tinha vocação para a vida pública. E, eu, tinha essa visão para o futuro, mas decidi entrar agora pela falta de jovens na política da cidade”, explicou Fleming.
Uma das suas visões sobre a juventude da cidade é a precarização do ensino superior. De acordo com ele, a cidade antes formadora de jovens para o mercado de outras metrópoles, está perdendo esse espírito e muito provavelmente, nos próximos anos, nem seja mais um polo estudantil.
Outro jovem empenhado na melhoria do ensino da cidade é o graduando em Políticas Internacionais Itânio Mariano, 21, que com pouca idade é embaixador Politize!, líder Raps e já foi para a Organização das Nações Unidas (ONU), em um programa para jovens envolvidos na política. Em Mogi, Mariano integrou-se ao grupo político VOC e decidiu se tornar pré-candidato pelo Podemos.
“Olhando a situação de nossas universidades me preocupa bastante. Pois, nas últimas décadas, Mogi formou pessoas para trabalhar fora e agora corremos o risco de não formar pessoas de maneira adequada. E digo que existe uma responsabilidade do poder público da cidade, por falta de atuação direta junto às universidades. Falta estímulo a pesquisa. Faltam parcerias entre as instituições privadas e públicas da cidade, não só a prefeitura, mas a câmara de vereadores também.”, discursou Mariano sobre o ensino na cidade.
Junto a esse questionamento, o pré-candidato do Podemos completou dizendo que falta emprego para os jovens na cidade. E, muitos jovens qualificados do município, precisam trabalhar em outras áreas de atuação, em outras cidades, por falta de empregos qualificados em Mogi.
Já a graduanda em Administração Pública e Pré-candidata a vereadora pelo Solidariedade Maria Luiza Fernandes, conhecida como Malu Fernandes, 20, explica que o jovem mogiano precisa ter as mesmas oportunidades de se desenvolver independente do CEP.
"Mogi tem a Escola de Empreendedorismo e o Polo Digital na área central da cidade, mas seria interessante levar esses equipamentos de profissionalismo para os jovens em todos os distritos da cidade", concluiu Malu.
Coletivos mogianos ganham corpo e surgem como uma opção de voto
Coletivos mogianos ganham corpo e surgem como uma opção de voto
Na eleição presidencial de 2018, São Paulo e Pernambuco elegeram para suas câmaras legislativas, dois coletivos do Partido Social e Liberdade (PSOL), o Bancada Ativista e o Juntas, e, com isso, uma nova forma de concorrer nas eleições municipais ganhou força. Agora, os cidadãos que compartilham de um mesmo ideal ou visão de mundo, podem se unir e tentar uma vaga nas câmaras municipais como Co-Vereador.
De acordo com o Politize!, maior escola de política do Brasil, o mandato coletivo é uma nova forma de representação, participação e exercício democrático. Para isso, os mandatos coletivos apostam na adesão e colaboração da sociedade civil com o poder público através da intervenção direta da população nas tomadas de decisões de um representante político durante seu mandato.
Lembrando que, dos coletivos, apenas um integrante é escolhido para ser representado nas urnas e responder perante o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). E, neste modelo, todos os integrantes do coletivo comprometem-se a dividir o gabinete e o mandato.
Em Mogi das Cruzes, três coletivos, de diferentes partidos, vêm chamando atenção em suas pré-campanhas e surgem como uma opção diferenciada de voto. Bancada Popular, do PSOL, Coletivo MogiAnas, do PODEMOS e Somos Notáveis, do Democratas (DEM) são os grupos mais atuantes nas redes sociais e nos debates públicos sobre diversos assuntos envolvendo diversidade e minorias.
Os coletivos
A pessoa responsável por representar o Coletivo MogiAnas nas urnas será a advogada Luana Guimarães, de 39 anos, que ao lado de outras duas mulheres igualmente engajadas, Fabiana Araujo e Ana Rosa, compartilha do ideal para melhorar a vida das mulheres, crianças e adolescentes do município. Luana diz que a ideia de criar o grupo veio depois de integrar um mandato participativo de um vereador atuante da cidade.
“Ainda no ano passado, eu decidi me posicionar politicamente e eu idealizei esse coletivo com elas, para uma futura candidatura política que, agora, está a se tornar real. Minha experiência em mandato participativo veio quando eu integrei o grupo VOC, do Caio Cunha, e fizemos diversas demandas e esse tipo de política, me chamou muito a atenção”, completou.
Outro representante de coletivo é o Coordenador de Projeto Social João Paulo Berlofa, ou mais conhecido como Pastor Berlofa, 34. Que, com os outros 3 integrantes do Coletivo Inadequados, Ana Carolina Nery, Ana Paula Justino e Ítalo Leal, descentralizam a cultura para Jundiapeba e, por conta disso, decidiram criar a Bancada Popular para lutar por seis causas.
“A ideia da Bancada é batalhar por seis pautas, são elas: feminismo, LGBTQI+, negritude, Ecossocialismo, Tolerância Religiosa e Justiça Social. E, caso nosso trabalho seja reconhecido, 50% do salário do vereador será destinado para um projeto de impacto social”, explicou Berlofa.
Perguntado se o projeto de Coletivo é uma boa opção para os mogianos, Berlofa diz que é uma maneira nova e competente de se fazer política. “No entanto, em Mogi das Cruzes, por ser uma cidade antiga e conservadora, teremos dificuldades, mas, acreditamos que possa ser possível”, enfatizou.
Por sua vez, o Somos Notáveis, será representado pela administradora de empresa Jocelia Camargo, 49, que em 2013, descobriu que sua filha tinha uma doença grave degenerativa e, ao perceber que as Pessoas com Deficiência (PCD) não eram notadas pelo poder público, decidiu criar o coletivo em 2018 para lutar pelo direitos destas pessoas. Junto a ela, estarão representados pela palestrante e musicoterapeuta, Lídia Pelegrino, mãe de duas filhas com autismo e Camila Caruso, arquiteta que fez todo o projeto de acessibilidade do Santuário Nacional de Aparecida.
Segundo Jocelia, Mogi já melhorou bastante a acessibilidade no centro da cidade, com a construção das rampas acessíveis nas calçadas. No entanto, os bairros e os distritos mais afastados da área central, ainda precisam passar por melhorias para atender as pessoas com mobilidade reduzida.