Brasil
Greve nacional dos caminhoneiros é convocada para quinta-feira (4), mas adesão ainda é incerta
Movimento articulado pelas redes sociais cobra melhorias nas condições de trabalho, mudanças no marco regulatório e revisão de multas; entidades do setor demonstram divisão e levantam dúvidas sobre a força da paralisação

Uma paralisação nacional dos caminhoneiros está sendo convocada para esta quinta-feira, dia 4 de dezembro de 2025. Apesar do chamado ganhar força nas redes sociais e em grupos de mensagens, a mobilização ainda enfrenta resistência e falta de apoio unânime entre as principais entidades representativas da categoria, o que gera incerteza sobre a real dimensão do movimento.
A convocação tem sido conduzida por lideranças como Chicão Caminhoneiro, da União Brasileira dos Caminhoneiros (UBC), com apoio do desembargador aposentado Sebastião Coelho. Segundo os organizadores, a intenção é manter a mobilização dentro da legalidade. Uma pauta de reivindicações, inclusive, já foi protocolada junto ao Palácio do Planalto na última terça-feira (2).
Mesmo com a divulgação em nível nacional, diversas associações e sindicatos do setor afirmaram não apoiar a paralisação ou sequer terem sido formalmente comunicados sobre a mobilização. Esse cenário evidencia uma divisão interna na categoria e levanta suspeitas sobre possíveis motivações políticas por trás do movimento.
Entre as principais reivindicações apresentadas pelos organizadores estão melhorias nas condições de trabalho e na segurança das rodovias, estabilidade contratual, aposentadoria especial, alterações no Marco Regulatório do Transporte de Cargas, além da revisão de multas e pedidos de anistia de dívidas acumuladas pelos profissionais.
O transporte rodoviário é responsável por cerca de 60% da movimentação de cargas no país. Por isso, uma greve de grandes proporções poderia provocar impactos significativos no abastecimento de alimentos, combustíveis e outros produtos essenciais, a exemplo do que ocorreu durante a paralisação histórica de 2018.
No entanto, especialistas avaliam que, diante da falta de unidade entre as entidades e da adesão ainda incerta, os efeitos da paralisação desta quinta-feira podem ser limitados, caso não haja engajamento expressivo dos caminhoneiros em todo o território nacional.














