Eleições 2020

Coletivos: Uma nova forma de política

Gustavo Gomes

Publicado

há 4 anos

em

Coletivos: Uma nova forma de política

Coletivos mogianos ganham corpo e surgem como uma opção de voto

Na eleição presidencial de 2018, São Paulo e Pernambuco elegeram para suas câmaras legislativas, dois coletivos do Partido Social e Liberdade (PSOL), o Bancada Ativista e o Juntas, e, com isso, uma nova forma de concorrer nas eleições municipais ganhou força. Agora, os cidadãos que compartilham de um mesmo ideal ou visão de mundo, podem se unir e tentar uma vaga nas câmaras municipais como Co-Vereador.

De acordo com o Politize!, maior escola de política do Brasil, o mandato coletivo é uma nova forma de representação, participação e exercício democrático. Para isso, os mandatos coletivos apostam na adesão e colaboração da sociedade civil com o poder público através da intervenção direta da população nas tomadas de decisões de um representante político durante seu mandato.

Lembrando que, dos coletivos, apenas um integrante é escolhido para ser representado nas urnas e responder perante o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). E, neste modelo, todos os integrantes do coletivo comprometem-se a dividir o gabinete e o mandato.

Em Mogi das Cruzes, três coletivos, de diferentes partidos, vêm chamando atenção em suas pré-campanhas e surgem como uma opção diferenciada de voto. Bancada Popular, do PSOL, Coletivo MogiAnas, do PODEMOS e Somos Notáveis, do Democratas (DEM) são os grupos mais atuantes nas redes sociais e nos debates públicos sobre diversos assuntos envolvendo diversidade e minorias.

Os coletivos

A pessoa responsável por representar o Coletivo MogiAnas nas urnas será a advogada Luana Guimarães, de 39 anos, que ao lado de outras duas mulheres igualmente engajadas, Fabiana Araujo e Ana Rosa, compartilha do ideal para melhorar a vida das mulheres, crianças e adolescentes do município. Luana diz que a ideia de criar o grupo veio depois de integrar um mandato participativo de um vereador atuante da cidade.

“Ainda no ano passado, eu decidi me posicionar politicamente e eu idealizei esse coletivo com elas, para uma futura candidatura política que, agora, está a se tornar real. Minha experiência em mandato participativo veio quando eu integrei o grupo VOC, do Caio Cunha, e fizemos diversas demandas e esse tipo de política, me chamou muito a atenção”, completou.

Outro representante de coletivo é o Coordenador de Projeto Social João Paulo Berlofa, ou mais conhecido como Pastor Berlofa, 34. Que, com os outros 3 integrantes do Coletivo Inadequados, Ana Carolina Nery, Ana Paula Justino e Ítalo Leal, descentralizam a cultura para Jundiapeba e, por conta disso, decidiram criar a Bancada Popular para lutar por seis causas.

“A ideia da Bancada é batalhar por seis pautas, são elas: feminismo, LGBTQI+, negritude, Ecossocialismo, Tolerância Religiosa e Justiça Social. E, caso nosso trabalho seja reconhecido, 50% do salário do vereador será destinado para um projeto de impacto social”, explicou Berlofa.

Perguntado se o projeto de Coletivo é uma boa opção para os mogianos, Berlofa diz que é uma maneira nova e competente de se fazer política. “No entanto, em Mogi das Cruzes, por ser uma cidade antiga e conservadora, teremos dificuldades, mas, acreditamos que possa ser possível”, enfatizou.

Por sua vez, o Somos Notáveis, será representado pela administradora de empresa Jocelia Camargo, 49, que em 2013, descobriu que sua filha tinha uma doença grave degenerativa e, ao perceber que as Pessoas com Deficiência (PCD) não eram notadas pelo poder público, decidiu criar o coletivo em 2018 para lutar pelo direitos destas pessoas. Junto a ela, estarão representados pela palestrante e musicoterapeuta, Lídia Pelegrino, mãe de duas filhas com autismo e Camila Caruso, arquiteta que fez todo o projeto de acessibilidade do Santuário Nacional de Aparecida.

Segundo Jocelia, Mogi já melhorou bastante a acessibilidade no centro da cidade, com a construção das rampas acessíveis nas calçadas. No entanto, os bairros e os distritos mais afastados da área central, ainda precisam passar por melhorias para atender as pessoas com mobilidade reduzida.