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Educomunicando

Convivência ética nas escolas

Suéller Costa

Publicado

há 18 horas

em

Convivência ética nas escolas

O Ministério da Educação (MEC) declarou abril como o “Mês da convivência ética nas escolas”. O tema ganha evidência após o aumento de discursos de ódio, culminando no desrespeito nesses espaços, e, em sua maior parte, desencadeado pelas influências do que as juventudes acompanham no ambiente virtual.

Segundo a pesquisa TIC Kids Online Brasil (2023), 95% das crianças e adolescentes de 9 a 17 anos no Brasil estão conectados à internet, o que corresponde a mais de 25,1 milhões de pessoas. Para se ter uma ideia, 88% desses usuários possuem perfis nas redes sociais. Nestes ambientes, socializam, interagem e jogam. Os jogos são um dos pontos de encontro, e não envolvem apenas fases, desafios, recompensas. Há os chats, onde conversam com pessoas de diferentes regiões e até países.

Pelos jogos formam comunidades que fomentam assuntos diversos. Alguns deles desfavoráveis a uma faixa etária que precisa ser orientada quanto à presença em um universo que tem benefícios, mas, também, malefícios, os quais afetam aqueles que não o exploram com responsabilidade.

É preciso saber selecionar conteúdos que agregam e acompanhar influenciadores que contribuam à formação intelectual. Porém, esse olhar criterioso às informações que circulam nas redes exige uma educação midiática e digital.

Muitos dos conflitos que, até então, aconteciam apenas no interior e nas proximidades das escolas têm começado nos espaços virtuais, onde os jovens se sentem à vontade para difamar os colegas. Essa presença digital tem interferido na formação das identidades infantojuvenis, influenciadas por personalidades que nem sempre aceitam a diversidade de uma sociedade multicultural. A escola tem sido uma extensão dessas desavenças, precisando, urgentemente, oferecer um espaço de escuta para professores, familiares e estudantes, a fim de entender a complexidade das subculturas da geração Alpha.

Não podemos esperar o conflito acontecer para agir, é preciso indagar os comportamentos intoleráveis à boa convivência e à ética nas relações. Projetos contínuos que privilegiem rodas de conversa, assembleias, momentos de mediação para os estudantes analisarem dilemas reais, discutirem empatia, justiça e respeito mútuo são sugestões para resgatar relações harmoniosas, solidárias e afetuosas. A escola precisa voltar a ser um espaço seguro.

Suéller Costa é jornalista, pedagoga, educomunicadora e pesquisadora. Doutoranda em Educação (FEUSP). Mestre em Ciências da Comunicação (ECA/USP). Especialista em Educomunicação (ECA/USP). Sócia da ABPEducom (Associação Brasileira dos Profissionais em Educomunicação) e APEP (Associação dos Professores de Escolas Públicas). Idealizadora do Educom Alto Tietê, que desenvolve projetos em educação midiática, tecnológica e digital. Vencedora em vários prêmios voltados à Educação. 

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