No mês de setembro em 2015, o Centro de Falorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) deram início a várias ações de prevenção ao suicídio em todo País, por meio da campanha “Setembro Amarelo”. O período foi escolhido devido ao dia 10 de setembro ser o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.
De acordo com Organização Mundial da Saúde (ONS), o suicídio é a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos de idade, o número é maior do que o de mortes por acidente de moto no Brasil. Os suicídios registrados por ano no Brasil chegam a 14 mil, ou seja, em média, 38 suicídios por dia, sem contar os casos que não são notificados.
A organização afirma que há uma conjunção de fatores que levam os jovens à decisão suicida. “Dentre eles, são sentimentos de tristeza, desesperança, depressão, ansiedade, experiências adversas pregressas, como abusos sexuais ou físicos, geralmente causados pelos pais ou outras pessoas mais próximas; exposição à violência e discriminação no ambiente escolar, levando os adolescentes à baixa autoestima”.
Estudos evidenciam que os suicídios podem ser evitados, por meio de ações de prevenção abrangentes e integradas com diferentes setores da sociedade, sendo os principais os setores de educação e capacitação. Entre as estratégias de prevenção estão a necessidade de profissionais da saúde qualificados para um correto planejamento e ações focadas na intervenção do suicídio.
A Secretaria de Vigilância em Saúde de Mogi das Cruzes destaca que falar com responsabilidade sobre o fenômeno do suicídio opera mais como um fator de prevenção do que como um fator de risco. Deve-se falar do tema sem alarmismo, enfrentando os estigmas, conscientizar e estimular sua prevenção, contribuindo com o enfrentamento do problema, que é de saúde pública, informou o setor por meio da assessoria de Imprensa.
A Prevenção
Segundo o psicólogo Lucas Kenji Ikematu, a prevenção ao suicídio pode ser feita de várias formas, com, por exemplo, a participação ativa da família na vida do indivíduo, no sentido de realizar a escuta sem julgamentos. “Muitos familiares de pessoas com ideação suicida, principalmente quando se trata de adolescentes, julgam e dizem que é ‘frescura’, ou ‘é só uma fase, adolescente é assim mesmo’. Esse tipo de discurso provoca a sensação de desamparo, fazendo com que o quadro que ele tenha piore significativamente. E isso pode influenciar ainda mais a prática da ideação. Sendo assim, o papel da família é de extrema importância em situações como essa”, frisou.
“Um bom começo para, ao menos diminuir os índices de suicídio, é as pessoas entenderem que depressão, ansiedade e ideação suicida são condições de extrema relevância na atualidade e que o tratamento e acompanhamento com o profissional, seja psicólogo ou psiquiatra, é muito importante, bem como a participação da família e/ou pessoas próximas”, completou Ikematu.