Ciência e Saúde

São Paulo registra 3 casos da variante Ômicron

Considerada uma preocupação, nova versão do Coronavírus tem mais de 50 mutações

Fabrício Mello

Publicado

há 2 anos

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São Paulo registra 3 casos da variante Ômicron

Variante foi detectada em, pelo menos, 17 países e em todos os continentes. Foto: Thomas Faull

A Secretaria de Saúde de São Paulo confirmou o terceiro caso da variante Ômicron em um homem que chegou de viagem da Etiópia no sábado (27). O anúncio veio após a confirmação de um casal, que chegou de viagem à África do Sul no aeroporto de Guarulhos semana passada, serem identificados com a nova cepa na noite de terça-feira (30).

Nomeada “Ômicron”, letra grega correspondente a letra “o”, a cepa B.1.1.529 foi classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no dia 26 de novembro. A nova variante foi identificada pela primeira vez na África do Sul, no começo do mês e casos já foram identificados em todos os continentes.

As pessoas infectadas com a nova cepa não apresentam sintomas clássicos do Coronavírus e, por isso, não é recomendada a testagem para o vírus em um primeiro momento.. Na África do Sul, os pacientes registrados com casos apresentavam fadiga, dores no corpo e de cabeça e pulsações altas.

A variante foi vista pela primeira vez em uma amostra coletada no dia 9 deste mês e reportada ao órgão de Saúde da ONU no dia 24. Segundo a OMS, a Ômicron apresenta “um grande número de variações, algumas preocupantes”.

Ainda segundo o órgão, a variante carrega um risco global muito alto de novos surtos de Covid-19. Segundo projeções internacionais, o número de casos da Ômicron deve ultrapassar a marca dos 10 mil até o dia 4 de dezembro, em comparação aos 300 registros feitos na semana passada, informou o professor Salim Abdool Karim, infectologista que trabalha no combate à pandemia no governo sul-africano.

Em uma reunião no dia 29, os 194 países membros da OMS foram alertados sobre as consequências severas e surtos epidemiológicos que a nova variante pode trazer. Entretanto, ainda não houveram mortes confirmadas relacionadas a cepa.

A Ômicron já foi identificada em, pelo menos, 18 países. África do Sul, Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Brasil, Botsuana, Canadá, Dinamarca, Espanha, Holanda, Hong Kong, Israel, Itália, Portugal, Reino Unido, República Tcheca e Suécia já apresentaram casos da nova cepa. Além destes, a Irlanda estuda 10 casos suspeitos.

Respostas à nova variante

No domingo, o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, denunciou nas redes sociais a abordagem, segundo ele, “injustificada e anticientífica” em relação ao país. Segundo ele, o fechamento de fronteiras e a proibição de voos de países da África Austral fere, profundamente, economias que dependem do turismo, além de serem “uma espécie de punição pela capacidade científica de detectar novas variantes”.

O presidente da África do Sul fez um apelo para que autoridades internacionais não estabeleçam restrições de voo para a região.
Entretanto, o Brasil proibiu, neste sábado (27), voos com destino ao país que tenham origem ou passagem pela República da África do Sul, República de Botsuana, Reino de Essuatíni, Reino do Lesoto, República da Namíbia e República do Zimbábue.

A União Europeia, os Estados Unidos, o Japão e outros países suspenderam voos de países considerados de risco para a nova variante. Marrocos e Israel, por sua vez, proibiram a entrada de viajantes internacionais por duas semanas.

Vacinas

A BioNTech informou, na segunda-feira (29), que os trabalhos em uma vacina para combater a Ômicron foram iniciados. Ainda não foi especificado se a farmacêutica terá que retrabalhar a vacina que desenvolveu em parceria com a Pfizer contra a covid-19. A empresa disse que espera mais dados de laboratório nas próximas duas semanas para ajudar a determinar se há necessidade de uma vacina específica para a ômicron. 

Sua rival, Moderna, informou que está trabalhando em uma reformulação de sua vacina contra a covid-19 para futuras doses de reforço.

Variante foi detectada em, pelo menos, 17 países e em todos os continentes. Foto: Thomas Faull