Ciência e Saúde

Mogi registra aumento de 35% de sintomas gripais

Em Guararema, Secretaria registrou aumento de casos nos Prontos-Socorros Adulto e Infantil; Em Mogi, espera chega a 6 horas

Fabrício Mello

Publicado

há 3 anos

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Mogi registra aumento de 35% de sintomas gripais

Além da Covid-19 e suas variantes, explosão de síndrome gripal lota os hospitais. Foto: Divulgação

Mogi das Cruzes registrou um aumento de 35% na procura por unidades de saúde em função de sintomas gripais durante toda esta semana. Para fazer frente aos novos casos, a Secretaria de Saúde do Município vem adotando mudanças, sendo uma delas a criação do Centro de Combate à Gripe na UBS Alto do Ipiranga. A explosão de casos de síndrome gripal no município é reflexo do surto da Influenza A (H3N2) registrado em vários pontos do País. 

“Estamos observando um movimento crescente nos Pronto Atendimentos em função dos casos de síndrome gripal e, por isso, estamos ampliando as opções. A gripe e a Covid-19 possuem sintomas muito parecidos que precisam ser monitorados”, explica o secretário municipal de Saúde, Zeno Morrone Junior.

Com o crescente número de casos, o município tem enfrentado demora e aglomeração nas filas em diferentes unidades de saúde. No Hospital Santana, segundo relatos da jornalista Vania Sousa, que esteve na unidade no início da semana buscando informações sobre   ortopedista, a fila para o atendimento no setor de Covid-19 e sintomas gripais estava enorme. “Naquele momento, um enfermeiro avisou às pessoas que a espera seria de, em média, três horas para uma consulta.” Já no Hospital Ipiranga, há relatos de pacientes que esperaram cerca de quatro horas para serem atendidos.

Guararema

Segundo a Secretaria de Saúde de Guararema, um número crescente de casos de gripe foi atendido no Pronto-Socorro Adulto e Infantil nos últimos dias. Os casos de síndrome gripal, causada em parte pelo subtipo do vírus influenza A, o H3N2, da variante Darwin, não estão sendo notificados nem comprovados por falta dos exames específicos para o vírus. 

A equipe do jornal O Novo esteve com a paciente Érica Oliveira, que estava de atestado antes do Natal pela suspeita de H3N2. Na véspera, ela se reuniu com a família, após a festividade, exatamente no dia 30 de dezembro, três pessoas da família foram diagnosticadas com a Covid-19. Todos foram infectados durante a comemoração. 
Em seguida, Érica teve uma piora e voltou para uma nova avaliação, constatando o coronavírus.

Flurona

No Brasil, os casos registrados de “flurona” cresceram 114% em três dias. São Paulo, Pernambuco, Distrito Federal, Bahia e Mato Grosso do Sul são os locais com mais notificações. No mundo, países como Israel, Espanha e Hungria também já detectaram. 

O termo vem da junção das palavras “flu”, que significa “gripe” em inglês, e “corona”. Trata-se de uma infecção dupla, ou coinfecção, que ocorre quando mais de um micro-organismo é responsável pela infecção. No caso da flurona, os responsáveis são o Covid-19 e o Influenza.

A dra. Renata Bortoleto, infectologista do Hospital Emílio Ribas e COO (‘Chief Operating Officer’ ou diretora Operacional) da Medlink Tecnologia, explica que um vírus pode, sim, acabar facilitando a entrada de outro organismo. “A coinfecção pode ocorrer em qualquer indivíduo, mesmo aqueles sem histórico de doenças ou condições prévias. A presença de uma infecção viral pode facilitar a infecção por outro micro-organismo, mas, às vezes, as duas infecções ocorrem no mesmo momento”, explica Renata. “Vale ressaltar que a gravidade dos casos vai depender das condições prévias das pessoas e não tem relação com a coinfecção em si”, completa.

Com o aumento de casos de síndrome gripal na região e da variante Ômicron, nova cepa da Covid-19, a infectologista também ressalta a importância da vacina como forma de prevenção, tanto da Covid quanto da Influenza. “A vacinação reduz a circulação destes vírus, o que leva a um número bem menor de infecções e, principalmente, de casos graves e mortes”, finaliza.