Ciência e Saúde

Anvisa proíbe venda de cigarros eletrônicos no Brasil

Famoso entre os jovens, os ‘Vapers’ aumentam o risco de infarto em 41%

Tatiana Silva

Publicado

há 1 ano

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Anvisa proíbe venda de cigarros eletrônicos no Brasil

As substâncias variam de acordo com a marca/Foto: Divulgação Ministério da Saúde

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu nesta quarta-feira (6) manter a proibição de importação, propaganda e venda de cigarros eletrônicos no Brasil. A restrição começou em 2009, mas a comercialização continua ocorrendo de forma ilegal no País. 

A decisão foi tomada durante a 10ª reunião da diretoria colegiada do órgão. Por unanimidade, a diretoria seguiu voto proferido pela diretora Cristiane Rose Jourdan. 

Segundo a diretora, estudos científicos demonstram que o uso dos dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) está relacionado com aumento do risco de jovens ao tabagismo, potencial de dependência e diversos danos à saúde pulmonar, cardiovascular e neurológica. 

Riscos à saúde
 
Segundo a dra. Thais Leibel, pneumologista do Hospital Santa Catarina, o uso dos cigarros causam primeiro abstinência, porque possui nicotina, o que  aumenta o risco de a pessoa que usa o cigarro eletrônico fumar cigarro comum. 

“Eles causam aumento do risco de doenças cardiovasculares, como infarto, em 42%, e AVC também. Além de hipertensão e arritmias. Os cigarros eletrônicos podem causar uma doença pulmonar própria do produto, que é a chamada Evali. Também existem os riscos do dispositivo por eles serem eletrônicos, pois algumas baterias já explodiram e resultaram em deformidade e óbito. Além disso, descompensa doenças respiratórias como asma e enfisema. Tem até a história de alguns cantores que já tiveram que parar de cantar por um tempo porque tiveram doenças pulmonares, rouquidão ou falta de ar, devido ao uso do cigarro eletrônico”, explica a pneumologista.

“Para que a regulamentação ocorra, seria importante haver mais estudos sobre esses aparelhos e eles possuírem poucas toxinas. Como temos encontrado nesses dispositivos mais toxinas e mais doenças associadas, provavelmente eles não serão regulamentados”, relatou a doutora.

A facilidade no acesso e o fato de os cigarros serem saborizados tornam o uso entre os jovens ainda mais frequente. “A questão do uso também trata-se de moda. Como tem sido mais comum nos jovens, muitos fazem o que está em alta na época, influenciando mais e mais colegas e disseminando muito o uso”, contou Thais Leibel.
  
Os cigarros eletrônicos são aparelhos alimentados por bateria de lítio e um cartucho ou refil, que armazena o líquido. As substâncias saborizadas variam de acordo com a marca. Um dos malefícios é o aumento da ansiedade e a dependência.