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Tarcísio articula apoio do PT para eleger André do Prado na Alesp

O governador disse que as pessoas próximas a Republicanos, PL e PSD teriam força para eleger André sem que houvesse ajuda dos petistas

Lívia Rios

Publicado

há 1 ano

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Tarcísio articula apoio do PT para eleger André do Prado na Alesp

No ano passado, André do Prado (PL) foi reeleito para o quarto mandato / Foto: Divulgação/Alesp

Com o objetivo de eleger o deputado estadual, André do Prado (PL), para a presidência da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), decidiu se aliar ao partido do PT.

Por volta do mês de novembro do ano passado, o ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) tinha batido o martelo em torno do nome do aliado de Valdemar Costa Neto para a Casa, porém, resistia a compor acordos com a sigla referida a Luiz Inácio Lula da Silva. A costura foi passada pelo secretário de Governo, Gilberto Kassab (PSD).

Além disso, foi dito por Tarcísio que as pessoas próximas a Republicanos, PL e PSD teriam força suficiente para eleger André do Prado sem que houvesse ajuda dos petistas. Depois de um momento, foi convencido de que o melhor seria não comprar a briga com a segunda maior bancada da Casa e ainda seguir a tradição praticada há anos Alesp, segundo a qual o partido com mais deputados ocupa a presidência e a segunda maior bancada — este ano o PT — comanando a 1ª Secretaria.

No ano passado, o atual deputado estadual, André do Prado (PL), foi reeleito para o quarto mandato na Assemblea Legislativa de São Paulo da Alesp. Ele foi um dos deputados mais votados no Estado, com 216.250 votos, representando um total de 0,93%.

Outro ponto importante, tido como um político habilidoso e próximo a Valdemar, André do Prado é hoje o 2º vice-presidente da Alesp e constitui bom trânsito com todas as legendas. Ele é visto pelo PT como um parlamentar que, assim como o atual presidente da assembleia, Carlão Pignatari (PSDB), não daria espaço para deputados bolsonaristas e manteria um diálogo mesmo sendo um partido de oposição.

Após a atitude de Tarcísio a apoio a André do Prado, foi gerado um mal-estar do governador com a ala bolsonarista, que afirma sequer ter sido consultada sobre a escolha do nome. Eles defendiam que o candidato fosse o deputado Gil Diniz (PL). O parlamentar é o mais afinado com Bolsonaro na Alesp, mas se distanciou de Tarcísio.

Já no Republicanos, parlamentares chegaram a defender o nome do deputado Gilmaci Santos, que é ligado à ala evangélica, para a presidência da Alesp. A reportagem, Gilmaci disse que a bancada do partido "não fez parte de nenhum acordo" e não há "nada fechado com ninguém".

A escolha de compor com o PT reforça a busca de Tarcísio pela governabilidade. Os parlamentares petistas já haviam elogiado a escolha de Jorge Wilson para ser o líder do governo da Alesp. Conhecido como "Xerife do Consumidor", o deputado é visto como um nome moderado dentro do Republicanos e sua indicação, dizem petistas, mostra que o governador não deve priorizar pautas ideológicas na Casa.

Por fim, buscando não se indispor com a base que o elegeu, Tarcísio vem dando espaço para os bolsonaristas no segundo escalão de seu governo. No entanto, novos desafios serão despertados: ele precisará decidir se sanciona o PL 668/21, que derruba o passaporte da vacina para trabalhar, estudar e ter acesso à saúde, e o PL que garante o fornecimento de medicamentos à base da cannabis no SUS estadual. O primeiro foi tido como uma vitória da base bolsonarista, enquanto o segundo desagradou aos correligionários do governador.

Lívia Rios é estudante de comunicação social • Jornalismo;

Além de repórter e apresentadora do jornal O Novo.