Entenda tudo sobre o protesto dos caminhoneiros

Nesta semana, após o anúncio da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na votação realizada no domingo (30), com 50,9% dos votos válidos, grupos de caminhoneiros começaram a se mobilizar em um protesto por rodovias de todo o país. Os grupos alegavam uma fraude no processo eleitoral e pediam por uma intervenção militar. Entenda os principais momentos das manifestações e confira o que aconteceu:

Domingo (30) - Poucas horas depois da confirmação do resultado das eleições, os primeiros grupos já começavam a se organizar. Segundo o balanço da PRF (Polícia Rodoviária Federal), ao menos 20 estados já registravam bloqueios em rodovias, sendo a maior concentração em Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.

Ainda na noite de domingo, também se dava início a uma movimentação dentro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em busca de medidas que resolvessem os conflitos com os grupos que protestavam pelo país.

Segunda-feira (31) -  O MPF (Ministério Público Federal) solicitou informações sobre os bloqueios nas rodovias à PRF, junto com informações sobre as medidas adotadas para manter o fluxo de veículos estável.

Os bloqueios começaram a gerar problemas como cancelamento de viagens em rodoviárias e grandes congestionamentos, que causaram atrasos para diversas pessoas que foram pegas de surpresa pelos atos.

Na região, em Santa Isabel, a Rodovia Presidente Dutra amanheceu com os dois sentidos bloqueados. Imagens do Rodoanel, em Poá, também mostravam o acesso à via bloqueado por manifestantes.

Mais tarde, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, determinou que as rodovias fossem desobstruídas e afirmou que as paralisações "desvirtuam o direito constitucional de reunião”. 

Terça-feira (1º) - No Alto Tietê e no país, os bloqueios continuavam se espalhando. Em Guararema, houve uma concentração de manifestantes. Além da Rodovia Presidente Dutra, a Mogi-Salesópolis e a Mogi-Bertioga também apresentavam interdições.

A maioria do STF votou para manter a ordem de desobstrução das vias e a PRF começou a agir. Em São Paulo, o governador Rodrigo Garcia (PSDB), afirmou que a Polícia Militar estava agindo para normalizar o fluxo de trânsito e desfazer os bloqueios. 

E, em uma coletiva de imprensa, a diretoria da PRF negou ter se omitido frente às manifestações e afirmou que multas já estavam sendo efetuadas e manifestantes sendo presos. 

Ainda na terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro falou pela primeira vez após a derrota nas urnas. Em sua fala, ele agradeceu os votos que recebeu e criticou os bloqueios promovidos pelos manifestantes. 

“As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedade, destruição do patrimônio e direito de ir e vir”, afirmou Bolsonaro.

Quarta-feira (2) - Segundo o divulgado pelo Ministério de Justiça e Segurança Pública (MJSP), mais de R$ 5,5 milhões em multas já haviam sido aplicadas até a data. A pasta disse que os valores das 912 multas variam, conforme o tipo de infração, entre R$ 5 mil e R$ 17 mil.

Na manhã de quarta-feira, a PRF também informou que 563 interdições já haviam sido liberadas, mas que 17 estados ainda apresentavam bloqueios.

Bolsonaro pediu, pela segunda vez, que os manifestantes desobstruíssem as vias do país. No vídeo, divulgado nas redes sociais, o presidente pedia que fosse respeitado o “direito de ir e vir”.

Quinta-feira (3) - O STF pediu que a PRF apresentasse um relatório de todas as multas aplicadas em combate aos bloqueios. Na ocasião, ao menos 876 locais tiveram o trânsito liberado, mas ainda havia interdições em, pelo menos, sete estados.

Sexta-feira (4) - A PRF informou que todas as rodovias federais estavam desbloqueadas no início da tarde. Até então, 962 manifestações foram desfeitas, conforme o informado pela PRF nas redes sociais.