Internacional

“Não há alternativa às sanções, senão a guerra mundial”, diz ministro russo

Segundo Lavrov, uma terceira guerra mundial teria presença de armas nucleares e seria “devastadora”

Fabrício Mello

Publicado

há 2 anos

em

“Não há alternativa às sanções, senão a guerra mundial”, diz ministro russo

Ministro foi boicotado durante discurso na ONU. Foto: AFP

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, disse nesta quarta-feira (2), ao comentar o discurso do presidente norte-americano, Joe Biden, que o chefe de Estado americano sabe que a única alternativa às sanções econômicas impostas contra a Rússia é uma terceira guerra mundial, que ele definiu como “uma guerra nuclear devastadora”.

De acordo com ele, o país não pode deixar que a Ucrânia adquira armas nucleares. "A Rússia não permitirá que a Ucrânia adquira arsenais nucleares", afirmou. 

Nesta terça (1), o ministro exigiu que os Estados Unidos retirem suas armas nucleares da Europa e alertou que a Ucrânia tem tecnologias soviéticas da época da Guerra Fria. No domingo (27), o presidente russo, Vladimir Putin, mandou colocar as forças nucleares do país em alerta máximo. 

Em entrevista a Al-Jazeera, o ministro disse que a Rússia está pronta para negociar com a Ucrânia nesta quarta-feira. Os dois países devem iniciar hoje a segunda rodada de negociações para acabar com o conflito. 

Entretanto, também nesta quarta-feira, as Forças Armadas do Kremlin iniciaram exercícios com submarinos nucleares e lança-mísseis terrestres em regiões na Rússia. Os submarinos navegavam pelo Mar de Barents, ao leste da Finlândia, e os lançadores de mísseis percorriam estradas na Sibéria, no centro-norte russo.

Boicote Diplomático

O chanceler russo foi boicotado, na terça-feira, durante discurso em uma conferência sobre desarmamento na ONU, em Genebra. Enquanto o ministro falava, vários embaixadores, ministros e diplomatas se retiraram da sala em forma de protesto. O Brasil foi um dos únicos países a permanecer no local. 

Menos de uma hora depois, este movimento se repetiu, quando o chanceler russo falou por vídeo diante do Conselho de Direitos Humanos da ONU.