Internacional

Tensão na COP 30 da Amazônia: indígenas rompem barreiras e exigem voz nas negociações climáticas

No segundo dia da COP 30, realizada pela primeira vez na Amazônia, manifestantes entre eles lideranças indígenas romperam barreiras de segurança na Blue Zone, em Belém, para denunciar exclusão nos debates climáticos da ONU

Sara Virginia

Publicado

há 1 hora

em

Tensão na COP 30 da Amazônia: indígenas rompem barreiras e exigem voz nas negociações climáticas

Divulgação

O segundo dia da COP 30, principal conferência global da ONU sobre mudanças climáticas, foi marcado por tensão em Belém do Pará. Na noite desta terça-feira (11), manifestantes entre eles representantes indígenas romperam as barreiras da Blue Zone, área de acesso restrito do evento, em um ato que escancarou o descontentamento com a ausência de vozes tradicionais nas negociações oficiais.

O incidente aconteceu por volta das 19h20, logo após a Marcha Global Saúde e Clima. Imagens e vídeos divulgados nas redes sociais mostram o momento em que os manifestantes empurram portas de vidro e derrubam equipamentos de segurança, como detectores de metais e aparelhos de raio-X, tentando acessar o espaço reservado a autoridades e diplomatas.

Houve confronto físico com seguranças da ONU e forças de segurança brasileiras. Pelo menos um agente ficou ferido, e veículos locais relataram até quatro feridos no tumulto. A ação, segundo os manifestantes, teve como objetivo “romper simbolicamente as barreiras que impedem a participação dos povos da floresta nas decisões sobre o clima”.

Entre as principais reivindicações estavam a demarcação de terras indígenas e a criação de um fundo de financiamento climático com recursos oriundos da taxação de grandes fortunas.

O episódio levou à convocação de uma reunião emergencial entre representantes do governo brasileiro, da Polícia Federal e da ONU para reforçar os protocolos de segurança. A Blue Zone chegou a ser evacuada temporariamente após o protesto.

Em nota, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) reafirmou seu apoio às pautas do movimento, mas destacou que a marcha principal foi pacífica e que a ação de ruptura não teve coordenação direta da entidade. “Nossa luta é pela vida e pela participação efetiva nos espaços de decisão, mas sem violência”, declarou a organização.

A COP 30 segue até o dia 21 de novembro e reúne líderes mundiais, cientistas e representantes da sociedade civil de todo o planeta. É a primeira vez que uma Conferência do Clima da ONU acontece na Amazônia e o protesto deixou evidente que as vozes da floresta querem ser mais do que ouvidas: querem decidir o futuro do planeta.

banner-onovo

Sou uma profissional de alta performance com habilidades em comunicação e gerenciamento de processos. Versátil e dedicada, encaro desafios com paixão. Minha formação em Gerenciamento de Processos me especializou em otimização e gestão eficiente para alcançar metas organizacionais. Atualmente, atuo como jornalista digital deste portal, produzindo conteúdo e gerenciando suas redes sociais. Além da carreira, sou casada e mãe de dois meninos.

EVVE BANNER