Mogi das Cruzes

Controvérsia na Santa Casa resulta em prisão e pronunciamento

Prisão em flagrante levanta questões sobre recusas de internação e desdobramentos em investigação médica

Sofia Rojas Barbosa

Publicado

há 9 meses

em

Controvérsia na Santa Casa resulta em prisão e pronunciamento

Foto: Governo do Estado de São Paulo

A Santa Casa de Mogi das Cruzes enfrentou uma controvérsia após a prisão em flagrante do seu diretor técnico, Massimo Colombini Netto, na última segunda-feira (19), sob a acusação de suspeita de aborto sem consentimento. O médico já estava sob investigação por outros três casos de óbito devido a atrasos ou recusas no atendimento. O Tribunal de Justiça de São Paulo relatou que Massimo foi temporariamente liberado após uma audiência de custódia realizada na terça-feira (20).

 

De acordo com o boletim de ocorrência, o incidente ocorreu por volta das 4h40 da segunda-feira, quando uma paciente grávida deu entrada no hospital apresentando dilatação e quadro de hipertensão. Foi solicitada a internação imediata da mulher, porém o pedido foi negado pelo setor administrativo. Segundo o MP, Massimo Colombini Netto, é a autoridade responsável por barrar as internações.

 

A Santa Casa afirmou em comunicado que, embora toda a documentação médica tenha sido apresentada e o atendimento tenha sido prestado da melhor maneira possível, o diretor foi levado à Delegacia de Polícia e preso em flagrante. O hospital expressou surpresa com a prisão, já que o diretor não estava presente durante a internação e os exames da paciente.

 

Os relatos indicam que, desde que Massimo assumiu a direção, ocorreram vários problemas com solicitações de internação negadas. Um caso semelhante teria ocorrido no Natal do ano anterior, resultando na morte do feto devido à demora no atendimento.

 

Massimo alegou que chegou ao hospital por volta das 9h, foi questionado a disponibilidade de leitos, e foi informado de que não havia vaga na UTI Neonatal. Ele afirmou que a paciente chegou às 4h40 e o óbito do feto foi constatado por volta das 8h30.

 

O TJ-SP concedeu liberdade provisória, impondo uma série de medidas cautelares, incluindo a proibição de acesso à Santa Casa de Mogi, suspensão do exercício de sua atividade profissional na instituição e a obrigação de comparecimento periódico ao tribunal.

 

Diante disso, a Prefeitura expressou pesar e afirmou estar à disposição para prestar apoio à família da vítima. A administração municipal informou que está investigando o caso em conjunto com a Santa Casa para adotar as medidas.

 

A Santa Casa reiterou seu compromisso com a prestação de serviços de saúde à comunidade. O hospital se comprometeu a cooperar com as investigações em curso e renovou seu compromisso com a missão de salvar vidas e aliviar o sofrimento dos cidadãos de Mogi das Cruzes.