Meio Ambiente

Veterinários explicam o processo de eutanásia em animais

As condições para que o procedimento seja adotado podem variar de acordo com diversos fatores clínicos, ambientais e financeiros

Fabrício Mello

Publicado

há 2 anos

em

Veterinários explicam o processo de eutanásia em animais

Procedimento não deve ser a primeira ou segunda opção para um animal adoecido. Foto: Reprodução

Palavra de origem grega com significado próximo a “boa morte” ou “morte sem dor”, a eutanásia é um procedimento adotado para aliviar o sofrimento do animal que sente dor ou possui doenças não-tratáveis, que prejudicam sua qualidade de vida. 

De acordo com o veterinário Alex Moreira, as etapas do processo de eutanásia incluem a aplicação de um sedativo por meio de um acesso venoso, que promove conforto ao animal, e só, então, de um composto químico que leva o animal a uma parada cardíaca e, em seguida, ao óbito.

“A realização deve ser consentida pelos tutores dos animais e, além disso, deve ter uma razão para ser feita, como, por exemplo, animais em doenças terminais que não estejam conseguindo manter uma qualidade de vida,” explicou o profissional. 

Entretanto, é importante lembrar que a eutanásia não deve ser recorrida como primeira ou segunda opção para um animal adoecido. A prática sem uma real necessidade ou em animais sadios pode ser configurada como crime de maus-tratos e medidas jurídicas cabíveis contra o tutor e o profissional que realiza o processo.

Já segundo a veterinária Thais Aoki, as pessoas recorrem à eutanásia em animais por diversos motivos, mas nem sempre os certos. “Já vi cliente que preferiu eutanasiar um animal que precisava de procedimento cirúrgico e não tinha condições de cuidar do que abrir mão da guarda para outro tutor que tivesse essas condições. Nesses casos, eu acho muito egoísmo humano”, relata.

“Tudo deve ser bem avaliado e ponderado. O papel do médico veterinário é promover bem-estar aos animais e, quando chega num patamar em que o animal está sofrendo muito e que não tenha opções de tratá-lo, dependendo de muitos fatores, eu acho que a eutanásia é válida”, comenta. A veterinária também explica que o processo pode ser utilizado para preservação de ecossistemas, quando animais exóticos, de fauna silvestre, representam uma ameaça para o ambiente.

“É importante conscientizar as pessoas de que animais de estimação geram custos, não importa de qual espécie. É comum abandonarem animais nos hospitais ou rua, ou até realizar eutanásia em animais saudáveis. Animais podem sofrer acidentes, adoecem, envelhecem e, às vezes, o tutor não imagina o quão custoso pode ser uma internação, uma cirurgia, um cuidado paliativo. Antes de adotar ou comprar um bichinho de estimação, planeje, pense e verifique se você terá como arcar com as despesas. É preciso planejar e pensar bem antes de decidir ter um animal”, completa Thais.

E depois?

De acordo com Alex Moreira, quando um animal vem a óbito em uma clínica veterinária, algumas opções são fornecidas para o tutor. “Se ele possuir algum local para enterrar o animal e o queria fazer, ele pode levar o corpo do animal; Se ele não possuir um local ou não queira levar o corpo, normalmente é oferecido serviços de cremação de animais, coletiva ou individual, por empresas terceirizadas”, explicou Moreira. 

Segundo o profissional, ainda é possível que, dependendo do local e/ou da clínica, seja oferecido o serviço de enterro pela própria clínica, onde o corpo é levado para algum local de propriedade da clínica e seja realizado o enterro.