Ciência e Saúde

Botox pirata: especialista alerta para os riscos do procedimento

Substância de origem desconhecida utilizada por alguns profissionais é proibida pela Anvisa em todo o país

Tatiana Silva

Publicado

há 2 anos

em

Botox pirata: especialista alerta para os riscos do procedimento

Divulgação

Botox, um dos procedimentos estéticos queridinhos do momento por homens e mulheres, se tornou alvo de polêmica nas últimas semanas. Tudo isso porque uma profissional que realizava esse tipo de procedimento estético, foi presa pela utilização de uma suposta toxina botulínica proibida no Brasil.

A substância é a “Israderm”, produto com origem desconhecida, com fabricação e comercialização proibidas em todo o país pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) desde junho de 2021.

Esse tipo de tratamento é realizado para retardar o envelhecimento do rosto. A grande procura acontece para tratar das aparências das linhas de expressão dos olhos, testa e boca. A média de duração dos efeitos no organismo é de quatro a seis meses.

A Dra. Antonia Moreira, cirurgiã dentista especializada em tratamentos estéticos, alerta para os riscos da aplicação de marcas de toxinas botulínicas ilegais. “Esses produtos piratas, que não possuem certificado da Anvisa, colocam em risco a saúde dos pacientes, pois aumentam a possibilidade de infecção ou necrose, podendo deixar danos permanentes.”

Para que isso não ocorra com frequência, a cirurgiã alerta para a importância de pesquisar a vida profissional de quem fornece o serviço. Desconfiar de preços abaixo do mercado também é um sinal de alerta para os consumidores. “Procure sempre por profissionais habilitados para a realização desses procedimentos. Uma visita prévia ao consultório também é válida para conhecer o ambiente e tirar dúvidas. Outra alternativa é procurar por pessoas que já realizaram algum tratamento com o profissional para certificar-se do resultado e da segurança. A indicação é sempre importante. E, não menos importante: desconfie de promoções extraordinárias”, comentou Antonia, que prosseguiu: "Em alguns casos dessas promoções, os que se dizem profissionais diluem as substâncias para render mais. Ou seja, o material que serviria para até dois pacientes, é aplicado em dez. Logo, o efeito e duração não são satisfatórios”, completou.

Além de todas essas pesquisas sobre os atuantes da área, a Anvisa disponibiliza em seu site a observação da certificação dos produtos. Com isso, é possível ter a certeza de que os elementos utilizados estão registrados e autorizados para comercialização no Brasil.

“Essa transparência no site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária busca fornecer o máximo de informações possíveis para aumentar a segurança de quem procura pelo tratamento. Infelizmente, ainda é algo que poucas pessoas sabem ou até mesmo se interessam, mas pode fazer toda diferença e te salvar de cair nas mãos de um mau profissional”, alertou Antonia.