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Deputados da região opinam sobre proposta do voto impresso 

Projeto de Emenda Constitucional (PEC) foi rejeitado no Plenário por não atingir os 308 votos necessários para aprovação 

Vania Sousa

Publicado

há 2 anos

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Deputados da região opinam sobre proposta do voto impresso 

Reprodução

Nesta terça-feira (10), o Plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília, rejeitou o Projeto de Emenda Constitucional (PEC) que tornaria obrigatório o voto impresso nas eleições brasileiras. Por 229 votos favoráveis, 218 contra e 1 abstenção, a maioria definiu que a PEC deveria ser levada adiante, contudo, a proposta não atingiu os 308 votos necessários para a aprovação.

Entre os deputados federais, dois da região do Alto Tietê participaram das votações: Marcio Alvino (PL) e Marco Bertaiolli (PSD), que votaram contra o voto impresso. Além deles, Roberto de Lucena (Podemos), que também representa a região no Congresso, não compareceu à votação, por ter contraído a Covid-19.

Para Marco Bertaiolli, de Mogi das Cruzes, existem assuntos mais importantes a serem tratados no Brasil, como a fome, a pandemia, o desemprego, entre outros. “Defendo e sempre vou defender a democracia; uma eleição segura e transparente em que o eleitor possa, com tranquilidade, através do voto, fazer suas escolhas e defender seus ideais”, disse, acrescentando que o que verdadeiramente importa neste momento está muito distante deste debate: “Fome aumentando, desemprego recorde e os atendimentos na área da Saúde com milhares e milhares de consultas, exames e cirurgias represadas em razão desta pandemia, que ainda não passou.”   

Bertaiolli disse, ainda, que “as urnas eletrônicas foram implantadas há 25 anos no Brasil, sem que uma fraude fosse comprovada e o voto pode ser auditado e aferido a qualquer momento pelo eleitor ou pelos órgãos fiscalizadores, independentes e competentes.” 

Deputado federal pelo PL, Marcio Alvino, de Guararema, também justificou seu voto: “Sou a favor de melhorar a auditoria já existente nas urnas eletrônicas. Hoje, os votos já são auditáveis, com emissão das zerésimas de cada urna antes do início da votação; e com a emissão de cinco vias do boletim de urna, no final da votação, o que reforça a transparência e segurança da urna eletrônica”. 

Segundo Alvino, o foco e as prioridades deveriam ser outras: “Como o avanço da vacinação contra a Covid-19 e o incentivo de projetos para a retomada da economia e a geração de empregos". 

Mesmo ausente no dia da votação devido à Covid-19, o deputado Roberto de Lucena reforçou seu posicionamento sobre o projeto: "O voto auditável é um avalista do sistema eleitoral. Isso nada tem a ver com ideologia, estamos falando de transparência. Quem confia no sistema eleitoral não pode ter o menor problema de que se ofereça a possibilidade ao eleitor de que o mesmo confira se o voto impresso corresponde ao voto confirmado por ele na urna eletrônica".  

Deputado Federal Roberto de Lucena (PODEMOS) 

Nas redes sociais, o deputado fez um desabafo: “Lamento que o resultado da votação da PEC do voto impresso não corresponda, em minha opinião, à expectativa da maior parte do povo brasileiro, mas defendi e defendo a condição de auditarmos o voto”, completou.

Defendida e encabeçada por Jair Bolsonaro, a votação desta terça-feira (10) deixou frustrados os seguidores do presidente, que esperaram a volta do voto impresso como um meio de barrar qualquer tipo de fraude nas urnas eletrônicas, o que, para alguns, seria um retrocesso.