Anderson Costa
Sim, está tudo muito caro (e você já percebeu)
Sim, todo mundo já sentiu no bolso a alta dos preços. Subiu o preço da batata, subiu o preço do ovo, subiu o preço da carne e, como de costume, subiram os preços dos combustíveis (mais uma vez).
O mercado se regula e a lei da oferta e da procura é implacável. Quando a escassez de determinado item se junta a um forte aumento na demanda, é natural o aumento dos preços e será um equívoco terrível da parte do Governo tentar intervir, forçando uma baixa artificial nos preços. Quem viveu a "Era Sarney", nos anos 80, sabe muito bem como isso termina.
Diversos fatores têm influenciado a alta dos preços. A alta do dólar é só um deles, que faz com que o produtor dê preferência a exportação, reduzindo a disponibilidade de produto no mercado interno, as quedas na produção em função da falta de chuva, do excesso de chuva, entressafra e o evento da pandemia da COVID-19 que ainda estamos enfrentando, também tem forte influência na redução da oferta para o consumidor.
E a soma de redução de oferta com aumento de procura, como dito, resulta na elevação dos preços. Obviamente, o setor de turismo também sentiu esses efeitos. Com o advento da pandemia do COVID-19, o turismo internacional praticamente desapareceu, além do medo de contágio pela doença viral, as fronteiras fechadas e as fortes restrições de entrada em alguns países, tornaram as viagens internacionais inviáveis, tanto é que muitas rotas saindo do Brasil e, dos demais países da América Latina, foram temporariamente suspensas.
Também em função da pandemia, toda temporada sul americana de cruzeiros foi cancelada. Costa e Pullmantur anunciaram o cancelamento da temporada já nos primeiros meses da pandemia, o anúncio do cancelamento por parte da MSC veio de forma mais tardia, mas, conforme já esperava o mercado, acabou ocorrendo. Esses fatores trouxeram um aumento de demanda muito grande para o turismo interno.
Todos esses viajantes que partiriam para o exterior ou sairiam nos navios de cruzeiro, agora buscam viajar dentro do Brasil, trazendo forte pressão nas tarifas tanto de hotéis, como passeios, traslados, seguro viagem e nas passagens aéreas.Em algumas cidades hotéis estão proibidos de operar com sua capacidade máxima, reduzindo o número de oferta de quartos e tornando a pressão nas tarifas ainda maior.
O que fazer em uma situação como essa?
Primeiro, pesquise, pesquise muito. Segundo, evite viajar nos feriados e nos períodos de alta temporada como dezembro, janeiro, fevereiro e julho. Terceiro, procure escolher vôos fora dos horários e dos dias de pico, como sextas, sábados e domingos. Em quarto e último, se nada disso for possível a você, não viaje.
A lei da oferta e da procura, como já mencionamos, é implacável, e uma queda na demanda dos serviços turísticos irá, naturalmente, trazer os preços para patamares mais baixos.
Agora, se mesmo assim, nada disso for possível e você quer viajar de qualquer jeito… prepare o seu bolso, pode e custará caro. Mas, se isso fizer você e sua família felizes, boa viagem!