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Escolas continuam sem aula após tragédia no litoral

Após os estragos causados pelas chuvas na região do Litoral Norte, algumas escolas continuam sem previsão de volta às aulas 

Kauany Germano

Publicado

há 1 ano

em

Escolas continuam sem aula após tragédia no litoral

Foto: Reprodução / André Luis Rosa

Sem previsão para o retorno dos alunos a escola municipal Nair Ribeiro de Almeida, próximo a praia de Juquehy, os cartazes de boas-vindas para as crianças, continuam pendurados. As chuvas históricas que atingiram a região de São Sebastião, deixaram cerca de 65 mortos e além de deixar centenas de desalojados, o temporal causou diversos estragos nas escolas, retardando o início do ano letivo dos alunos. 

O pátio e o parquinho continuam completamente tomados pela lama formada por terra, escombros de casas e de esgoto, que deslizaram da encosta e invadiram a escola municipal, o que impossibilita a entrada nas salas de aula. Um outro prédio que não foi atingido pelo lamaçal está servindo de centro de distribuição das doações recebidas, os corredores e as salas onde são ministradas as aulas estão cheias de sacolas com roupas, sapatos, toalhas de banho e lençóis. 

A unidade estadual Plínio Gonçalves de Oliveira, que fica no quarteirão da frente, também continua sem previsão de retorno às atividades presenciais. O pátio e quadra da escola estão cobertos de lama também e além de impedir o uso do espaço, exala um cheiro forte. As duas unidades ficam próximas de uma encosta que ruiu no último dia 19 de fevereiro e como as fortes chuvas continuam atingindo a região, a lama segue se espalhando pelas escolas.

Apesar da volta às aulas terem sido anunciadas para o último dia 06, pelo Governo do Estado de São Paulo e pela Prefeitura Municipal de São Sebastião, os 1.500 alunos dessas unidades ainda não sabem quando as escolas estarão recuperadas, permitindo o retorno às atividades. Para as famílias, a situação gera desconforto e angústia, pois sabem que os filhos devem voltar para a rotina escolar depois do trauma, mas ainda temem pela segurança e bem-estar das crianças, já que ainda existem chances de novos deslizamentos.  

O medo da chuva e de novos deslizamentos se tornou comum tanto entre os adultos quanto nas crianças. Em uma escola municipal que retornou às aulas no último dia 06, os professores relataram que alguns dos alunos começam a chorar e até a se esconder embaixo das mesas e carteiras quando escutam o barulho da chuva. As famílias e os funcionários afirmam não sentirem segurança para o retorno dos alunos aos prédios que foram atingidos, alguns deles dizem esperar que as crianças sejam transferidas para outras unidades ou até mesmo outros espaços, mesmo que de forma improvisada.