Alto Tietê

Ações no Alto Tietê focam na distribuição de absorventes

Discussão levantada após veto presidencial gerou comoção 

Fabrício Mello

Publicado

há 2 anos

em

Ações no Alto Tietê focam na distribuição de absorventes

Divulgação

Em meio às ações de conscientização, as campanhas Fluxo do Bem, em Guararema, e a Tia Chica, em Mogi das Cruzes, realizam a distribuição de absorventes íntimos e coletores menstruais para mulheres em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

Desde que foi lançada, a campanha Tia Chica já gerou a arrecadação de 5.017 absorventes, sendo 3.529 já entregues a instituições sociais, que cuidam da distribuição final. 

A ação não envolve recursos financeiros e, assim como em outras campanhas desenvolvidas pelo Fundo Social de Solidariedade de Mogi, os pacotes de absorventes são recebidos por meio de doações de pessoas e empresas e, então, é feita a distribuição de tudo o que é recebido para instituições que atendem efetivamente comunidades em situação de vulnerabilidade social.
Em Guararema, além de arrecadar os itens, o objetivo da campanha Fluxo do Bem é conscientizar a população sobre a realidade de mulheres que, por questões socioeconômicas, não têm acesso aos itens de higiene feminina.

"Sabemos da realidade de mulheres que não têm acesso a estes itens e, para amenizar essa necessidade, estamos lançando essa campanha", explica a presidente do Fundo Social de Solidariedade, Carmem Rosana. "Além de arrecadar os itens, queremos mostrar esse cenário para as pessoas, para que, aos poucos, a gente consiga reverter esta realidade", completa.
Junto às iniciativas, em agosto deste ano, foi aprovada a Lei nº 7.696/21, em nome da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Mulher, formada pelas vereadoras Inês Paz (PSOL), Malu Fernandes (SD) e Fernanda Moreno (MDB), que visa à distribuição de absorventes reutilizáveis nos CRAS, UBSs e escolas municipais de Mogi das Cruzes. No momento, essa lei está em fase de regulamentação pelo Governo.

Dignidade Menstrual

Desde 2014, a Organização das Nações Unidas (ONU) considera o acesso à higiene menstrual um direito que precisa ser tratado como uma questão de saúde pública. Diante do pouco dinheiro para produtos básicos de sobrevivência, são os adolescentes o alvo mais vulnerável à precariedade menstrual. Dados da ONU apontam que, no mundo, uma em cada dez meninas faltam às aulas durante o período menstrual. No Brasil, uma entre quatro estudantes já deixou de ir à escola por não ter absorventes. O fato de o presidente Jair Bolsonaro ter vetado o projeto no País, gerou revolta e comoção para quem conhece bem essa realidade.