A Prefeitura de Mogi das Cruzes apresentou, nesta sexta-feira (21), os resultados de um amplo processo de negociação e estudos voltados à modernização do sistema de transporte coletivo municipal. Em reunião realizada com o vice-prefeito Téo Cusatis, que também preside o Comitê Gestor de Crise Financeira, e com o secretário municipal de Mobilidade, Ary Kamiyama, foram detalhadas medidas como a renovação e ampliação da frota, o reajuste tarifário e o reequilíbrio financeiro do sistema.
A partir do próximo sábado, 29 de março, entram em operação 45 novos ônibus, elevando a frota total para 211 veículos. Os novos modelos são mais modernos, menos poluentes e projetados para garantir acessibilidade, com elevadores, espaços para cadeiras de rodas e cães-guia. A aquisição representa um investimento de R$ 45 milhões, fruto de exigência da administração municipal às empresas concessionárias como contrapartida nas negociações tarifárias.
“A chegada desses veículos reforça nosso compromisso diário com um transporte coletivo mais eficiente, seguro e acessível para todos os mogianos”, afirma a prefeita Mara Bertaiolli. “Estamos auditando sistematicamente o sistema e acompanhando de perto horários, trajetos, limpeza e organização, corrigindo falhas históricas que vinham sendo enfrentadas pela população”, completou.
Dos 45 ônibus, 21 foram adquiridos pela empresa Princesa do Norte – sendo 15 para renovação e 6 para ampliação da frota – e 24 pela Mogi Mob, que substituirão veículos antigos em operação.
Além da renovação da frota, o reajuste da tarifa do transporte coletivo foi aprovado de forma unânime pelo Conselho Municipal de Transporte, que reúne representantes da sociedade civil. A nova tarifa será de R$ 5,30, mantendo Mogi entre as cidades com os menores valores da região. A diferença entre o custo real do serviço e o valor pago pelo usuário será coberta pela Prefeitura com um subsídio de R$ 1,30 por passageiro.
“As empresas chegaram a pedir valores entre R$ 7,13 e R$ 7,30. Porém, só aceitamos negociar após reavaliação completa dos serviços prestados. A população merece um transporte de qualidade e transparente”, destacou o vice-prefeito Téo Cusatis.
Durante as discussões, foi revelado que as empresas não apresentaram, nos últimos dois anos, os documentos obrigatórios de quitação do equilíbrio econômico-financeiro do contrato. Ao contrário, entregaram uma cobrança de R$ 33,8 milhões, correspondente a subsídios não pagos em períodos anteriores. Esse déficit, segundo a Prefeitura, deverá ser discutido judicialmente.
Ainda segundo a administração, mais de R$ 80 milhões foram pagos às concessionárias nos últimos anos, a título de indenizações por desequilíbrios provocados pela pandemia e compressões tarifárias anteriores. Os valores incluem:
•R$ 14 milhões pagos em dezembro de 2023;
•R$ 42 milhões à Mogi Mob, em janeiro de 2024;
•R$ 24,5 milhões à Princesa do Norte, em abril de 2024.
“A população precisa ter ciência desses valores expressivos. Por isso, prezamos por uma gestão transparente, que assegure a continuidade do serviço sem repassar custos injustos aos passageiros”, completou Cusatis.Atualmente, o sistema de transporte de Mogi das Cruzes atende 107 bairros por meio de 81 linhas, cobrindo uma área territorial de mais de 740 km², incluindo regiões urbanas e rurais. A administração também reforçou que os contratos exigem que a idade média da frota não ultrapasse cinco anos, e que as empresas estão sendo monitoradas constantemente.Com todas essas medidas, a Prefeitura reafirma seu compromisso com a qualidade, sustentabilidade e acessibilidade no transporte público, garantindo melhores condições para os usuários e promovendo uma gestão financeira responsável e transparente.
