Maria Isabel Sterse

PMMA

Maria Isabel Sterse

Publicado

há 1 ano

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PMMA

Gravei um vídeo falando sobre o preenchedor PMMA e consegui mais de 800 mil visualizações em várias plataformas. Entranto, também me mandaram muitas perguntas, e, com isso, percebi a importância de esclarecer melhor para todos e sanar todas as dúvidas.

O PMMA e sua história

PMMA é a abreviação de Polimetilmetacrilato, conhecido comercialmente como Metacril.

É um polímero utilizado como preenchedor, que é biocompatível e se apresenta no formato de microesferas sintéticas.

Na medicina, é utilizado há mais de 70 anos em cirurgias reconstrutivas e neurológicas. Podemos citar, como exemplo, a composição do cimento ósseo e no material para fechamento de calota craniana.

Sua popularização ocorreu após liberação por parte do FDA para uso em procedimentos de Bioplastia de Reconstrução Facial em pacientes com Lipodistrofia.(muito comum em HIV positivo e esclerodermia) 

A finalidade maior é ajudar a reconstruir regiões do corpo que, seja por acidente ou patologia, tenham sofrido perda de forma e volume naturais.

E quando aplicado de forma adequada, proporciona a elevação da topografia dérmica, preenchendo e reconstituindo a área tratada.

O PMMA no Organismo Humano

Já sabemos que este é um Biomaterial classificado como Preenchedor Permanente.

O PMMA não pode ser fagocitado após sua aplicação, ou seja, não pode ser "digerido" pelos fagócitos, é definitivo e não é absorvível pelo organismo humano.

Sendo assim, após ser aplicado fica "aprisionado" entre a base óssea e a musculatura da área preenchida. E passa do formato em gel (como é apresentado) para o sólido.

Em resumo: É criada uma cápsula fibrosa em volta do produto, que impede sua migração e a ocorrência de deformidades por deslocamento.

O que pode dar errado no Preenchimento Facial com PMMA?

Atualmente, a Harmonização Facial tem sido a primeira opção de tratamento antes das correções cirúrgicas.

Produtos absorvíveis como o Gel de Ácido Hialurônico, Colágeno, Ácido Polilático e a Hidroxiapatita, são os mais utilizados.

Estes são classificados como Preenchedores não Permanentes e que não oferecem risco biológico ao organismo.

Afinal, podem ser metabolizados ou fagocitados gradualmente no período de até 24 meses, dependendo do volume implantado, ao contrário dos Preenchedores Permanentes. que são definitivos e formam a cápsula que já falamos anteriormente

Portanto vamos entender o que pode dar errado com o seu uso na  Harmonização Facial:

Quando existe essa cápsula de PMMA instalada no rosto. rompê-la no ato da aplicação vai "despertar a fúria" do macrófago. Resultado: O macrófago vai fagocitar o corpo estranho ao organismo e causar uma reação inflamatória agressiva tardia. Além disso, o produto pode começar a migrar e gerar assimetrias graves na face do  paciente.

O uso Preenchedores Permanentes para fins estéticos já trouxe resultados imediatos e duradouros para muitas pessoas, mas por outro lado, pode se tornar caso de necessidade cirúrgica devido a complicações tardias.

As consequências da cirurgia de remoção da cápsula fibrosa podem deixar deformidades e buracos na pele, além de ser difícil sua retirada total

O PMMA pode causar necrose e os casos mais comuns ocorrem na glabela (cara de bravo) e sulcos nasogenianos (bigode Chinês). Regiões extremamente perigosas, devido a presença das veias e artérias bastante  importantes

O tratamento de complicações tardias é algo longo e difícil, tanto para o paciente quanto para o profissional responsável

É possível reverter o efeito do Preenchimento Permanente?

Há casos que, após cirurgia e tratamento terapêutico, o preenchimento com biomaterial absorvível na área afetada ajuda, mas consequentemente, restarão sequelas e a necessidade de cuidado constante.

Em contrapartida, há casos tão complexos que podem custar a vida do paciente, quando o PMMA é corrompido pela aplicação de outras substâncias, como já vimos na mídia 

Na minha opinião,  é um produto que gera muito risco para o paciente e deformidades terríveis. 

O PMMA não é ilegal no Brasil. A ANVISA autoriza o seu uso, indicado para cirurgias reparadoras, em caso de perdas volumétricas no corpo por doença ou acidentes.

O profissional deve, antes de aplicar PMMA no paciente, informar para ele todos os riscos que ele pode causar, até porque é algo definitivo.

Para outros esclarecimentos e dúvidas sobre PMMA, sugiro que vocês entrem no instagram de Vítimas da bioplastia (@vitimasdabioplastia)

Maria Isabel Limongi Sterse, 51, sou mãe de Maria Luiza Sterse, 16,e Maria Victoria Sterse, 18.
Apaixonada por minhas filhas, família e pela Biomedicina Estética. Formada em Biomedicina em 1990. Formada  em estética  e cosmetologia aplicada  pela faculdade Anhembi  Morumbi. Atuando há  6 anos em sua própria clínica em Guararema-SP.  Biomédica  Esteta responsável pelos procedimentos invasivos   na empresa  Anna Pegova em Guarulhos.