Direito Digital

Novos golpes digitais usam inteligência artificial e confundem até usuários experientes

Marcelo Oliveira

Publicado

daqui 16 horas

em

Novos golpes digitais usam inteligência artificial e confundem até usuários experientes

Reprodução

Tenho acompanhado de perto a evolução dos crimes virtuais e posso afirmar: os golpes digitais nunca foram tão sofisticados. O motivo é claro: os criminosos estão usando inteligência artificial para enganar até os usuários mais atentos. Tudo indica que 2026 será um dos anos mais desafiadores na luta contra fraudes online.

Os golpes de hoje vão muito além das mensagens cheias de erros ou das ligações suspeitas que aprendemos a identificar. Agora, os criminosos clonam vozes, criam vídeos falsos e montam perfis idênticos aos originais. Entramos na era da chamada engenharia social digitalizada, em que o golpe vem disfarçado de verdade.

Entre as novas modalidades, estão os deepfakes, vídeos e áudios falsos feitos com IA, os falsos atendimentos de bancos via chat e o uso de robôs para invadir contas de e-mail, redes sociais e aplicativos de mensagens. Esses ataques exploram algo muito humano: a pressa e a confiança. Em segundos, um clique errado pode custar dinheiro, dados e até a reputação.

Sempre digo aos meus clientes e leitores: a segurança digital precisa ser tratada como a segurança da própria casa. É preciso adotar uma rotina de cuidado, desconfiar de mensagens urgentes, confirmar informações por outro canal e nunca compartilhar códigos de verificação. Autenticação em dois fatores e atualização de aplicativos não são mais opcionais, são indispensáveis.

A legislação brasileira já prevê punições para crimes cibernéticos, e as vítimas devem registrar boletim de ocorrência e comunicar o banco ou a plataforma envolvida. Ainda enfrentamos desafios de investigação e punição, mas a conscientização é a melhor defesa.

Vivemos um tempo em que a tecnologia pode proteger ou enganar. Cabe a cada um de nós aprender a reconhecer o perigo antes que ele entre pela tela. Informação e cautela salvam dinheiro, dados e reputações.

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Advogado desde 2012, presidente da Comissão de Direito Digital e da Comissão de Privacidade da OAB Suzano. Pós-graduando em Direito Civil, Processo Civil, Família e Sucessões pelo Legale, e especialista em Direito Digital com foco em LGPD. Formado pela LEC e pelo ITS Rio em Proteção de Dados. Criador do curso “Descomplicando a LGPD”, com mais de 300 alunos.

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