Cinema

Deepfake pode ser o pontapé da nova era do cinema

Tecnologia “estuda” o rosto de artistas através de algoritmos e, então, consegue reproduzir fielmente a sua imagem

Fabrício Mello

Publicado

há 2 anos

em

Deepfake pode ser o pontapé da nova era do cinema

Divulgação

Apesar da péssima fama por seu uso em vídeos pornográficos com intuitos vingativos e peças publicitárias voltadas para a desinformação, a tecnologia deepfake começa a se aproximar de uma nova oportunidade, estreando sob os holofotes de Hollywood e outros grandes estúdios de cinema e televisão.

Usando atores “duplicados” e dublagens perfeitamente sincronizadas, analistas acreditam que o uso do deepfake pode ser um passo revolucionário para a telona. 

Apesar de representar uma grande inovação para a sétima arte, o uso da tecnologia não seria novidade. Um dos primeiros usos do deepfake no cinema foi em 2016, em Star Wars: Rogue One, quando a atriz Carrie Fisher faz uma aparição como a personagem princesa Leia, mas em uma versão rejuvenescida.  

Um grande exemplo do novo uso dessa tecnologia são os comerciais da empresa russa de celulares MegaFon. Em uma de suas vinhetas mais recentes, o ator Bruce Willis protagoniza uma cena de ação com uma bomba-relógio prestes a explodir. 

Entretanto, a grande reviravolta é que Willis nunca chegou a aprender russo ou sequer viajou para o país para realizar esta gravação. Tudo que foi visto foi, na verdade, criado através do deepfake.

A ucraniana Maria Chmir é fundadora da Deepcake, empresa responsável pelas campanhas da MegaFon, e conta que o processo não possui nada de ilegal. "Nós trabalhamos com uma gama de personagens cujos detentores dos direitos de imagem nos deram permissão para usá-las”, explicou Maria em entrevista ao canal Tilt.

A empresa usa um processo conhecido como “deep learning” (ou “aprendizado profundo”, em tradução direta), onde redes de de algoritmos estudam e aprendem a reconhecer rostos e reproduzir seus movimentos. Depois de serem alimentados com material necessário para se “familiarizarem”, os algoritmos são capazes de criar um “gêmeo digital”, termo que Maria usa para descrever o resultado.