Economia

Dólar cai com inflação favorável e investidores aguardam dados e ata do Federal Reserve

O dólar registrou uma queda de 0,74% em relação ao real brasileiro, sendo cotado a R$4,9054. Hoje, a moeda atingiu sua menor cotação, chegando a valer R$ 4,8989

Leticia Faria

Publicado

há 1 ano

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Dólar cai com inflação favorável e investidores aguardam dados e ata do Federal Reserve

Foto: Reprodução / Agência Brasil

Nesta quinta-feira (13), o dólar apresentou um movimento de queda devido aos resultados favoráveis da inflação ao consumidor no Brasil e nos Estados Unidos, divulgados recentemente. Os investidores estão agora aguardando os dados de preços ao produtor nos Estados Unidos e avaliando a ata divulgada pelo Federal Reserve no dia anterior.

Ao meio-dia, o dólar estava em queda de 0,74% em relação ao real brasileiro, sendo cotado a R $4,9054. A moeda atingiu sua menor cotação, chegando a valer R $4,8989. No pregão anterior, o dólar apresentou uma queda de 1,29% e foi cotado a R $4,9421, o que o colocou abaixo da marca de R$ 5 pela primeira vez desde 9 de junho de 2022. Com esse resultado, o dólar acumulou perdas de 2,51% no mês e de 6,36% no ano.

Nos últimos dias, o dólar apresentou quedas significativas devido às expectativas de redução das taxas de juros tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, o que tem incentivado os investidores a deixarem aplicações seguras e partirem para ativos mais arriscados. Esse cenário tem favorecido investimentos em países emergentes, como o Brasil.

A divulgação dos índices de inflação, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, tem sido bem recebida pelos agentes do mercado financeiro, que se preocupam com a desaceleração da economia global. Ambos os dados indicam que os aumentos das taxas de juros têm surtido efeito nos preços e que por isso, as taxas poderão ser reduzidas em um prazo mais curto.

Agora, os investidores estão avaliando a ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), que aconteceu nos dias 21 e 22 de março. Na ocasião, os juros americanos foram elevados em 0,25 ponto porcentual.

O documento mostra que parte das autoridades do Fed considerou interromper os aumentos da taxa de juros até que ficasse claro que a falência de dois bancos regionais não causaria maiores problemas no sistema bancário. Além disso, a ata afirma que é esperada uma "leve recessão" para os EUA no final do ano.

De acordo com um relatório da Infinity Asset, os membros do comitê deixaram claro que observam na crise bancária uma "esperança" de redução natural das linhas de crédito, um "credit crunch", e que isso se tornaria um aperto monetário indireto no sistema.

"Ainda assim, é necessário aguardar tais efeitos e, principalmente, o comportamento do mercado de trabalho para confirmar se esse cenário recessivo irá se concretizar e permitir ao Fed cortar juros novamente em breve. Para os otimistas, isso pode ocorrer no final deste ano, enquanto para os realistas, provavelmente ocorrerá em algum momento no primeiro trimestre de 2024", diz o texto.

Mais tarde, o Escritório de Estatísticas do Departamento do Trabalho dos EUA irá divulgar o índice de preços ao produtor (PPI), referente ao mês de março.

No mês de fevereiro, o PPI cheio apresentou queda de 0,1%, porém subiu 4,6% no acumulado do ano. As estimativas são de estabilidade (mês) e aumento de 3% (ano). Já o núcleo do PPI, que desconsidera os preços voláteis de alimentos e energia, não variou na comparação mensal e subiu 4,4% no acumulado do ano, com estimativas de aumento de 0,3% e 3,4%, respectivamente.

Internamente, destaca-se a viagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China. A comitiva iniciou a visita oficial em Xangai, onde acompanharam a posse da ex-presidente Dilma Rousseff como presidente do banco dos Brics.

Durante o evento de posse, Lula discursou e destacou a importância do Banco dos Brics, por ser uma instituição global sem a presença de países desenvolvidos, e citou o Fundo Monetário Internacional (FMI). Ele ressaltou a importância de não asfixiar as economias dos países e criticou o FMI por agir dessa forma com a Argentina e com o Brasil, além de todos os países do terceiro mundo que precisaram de ajuda financeira.