Brasil

Déficit na Polícia Civil tem afetado o Estado de São Paulo

Falta de escrivão na polícia civil para registrar ocorrência é um dos problemas

Mirian Sarmento

Publicado

há 2 anos

em

Déficit na Polícia Civil tem afetado o Estado de São Paulo

Mirian Sarmento

Pesquisa divulgada pelo Sindicato da Polícia Civil do Estado de São Paulo mostra que existe um déficit no efetivo que atinge todo o Estado e que somente com a realização de um concurso público o problema poderia ser solucionado. Segundo dados do levantamento, para cargos de nível médio, é urgente a contratação de mais pessoas, pois, somente nos últimos cinco anos, este déficit aumentou em 4.294 policiais, o que significa que mais de 800 profissionais deixam a corporação por ano, seja por morte, aposentadoria ou exoneração.
Ainda conforme a pesquisa, o cargo que mais perdeu servidores foi o de escrivão. Em 2017, faltavam 2.044 profissionais. Atualmente, esse número aumentou para 3.701.

Em segundo lugar fica o cargo de investigador que, em 2017, já possuía um déficit de 2.432 servidores e este ano foi para 3.850. O último concurso da Polícia Civil de São Paulo foi realizado em 2018 e ofertou 2.750 vagas.

Na época, para o cargo de investigador, foram disponibilizadas 600 vagas e tiveram 38.966 inscritos; para escrivão, foram 800 vagas e 28.658 inscritos; agente de telecomunicações foram 300 vagas e 108.052 inscritos; para auxiliar de papiloscopista foram 200 vagas e 22.474 inscritos; para papiloscopista foram 200 vagas e 42.751 inscritos; para agente da polícia foram 400 vagas e 65.054 inscritos; e para delegado 250 vagas e 23.575 inscritos.

Segundo a presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, Jacqueline Valadares, esse déficit hoje tem um recorde histórico. “Esse problema é um dos que formam o triste cenário da Polícia Civil. Além disso, muitas unidades policiais atuam com equipamentos obsoletos, viaturas precárias e delegacias em péssimo estado de conservação”, disse.
 
Em nota, a Comissão dos Aprovados 2022 disse que “a vacância do órgão é tão latente que a quantidade de candidatos aprovados neste concurso não preencherá a metade destes cargos”. Com isso, a retirada da cláusula de barreira do atual concurso permitiria a convocação de mais candidatos que estão aptos a exercer a função de policial civil para recompor os quadros da instituição.
 
Portanto, frente ao déficit histórico de policiais civis e a quantidade rasa de cargos ofertados, a retirada da cláusula de barreira é uma medida de urgência para a preservação da continuidade do serviço público.