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A força da superação e perseverança feminina 

Desde o século 19, as mulheres lutam incessantemente por melhores condições de trabalho e reconhecimento na sociedade

Leticia Faria

Publicado

há 1 ano

em

A força da superação e perseverança feminina 

Foto: Leticia Faria

O Dia Internacional da Mulher foi oficializado em 1975. Porém, desde o século 19, as mulheres já saíam pelas ruas, em busca do reconhecimento e de melhores condições de trabalho. Houve avanços significativos, mas a questão trabalhista ainda é um assunto fundamental e que precisa de mais melhorias.

No Brasil, elas representam a maioria com 51,1% da população, segundo dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). No entanto, de acordo com o IBGE, ainda são minoria em cargos de chefia (38%). Em todas as classes sociais, os homens ainda recebem remuneração melhor do que as mulheres. Apesar disso, as mulheres têm decidido por si próprias quebrar essa tradição, tanto dentro de casa quanto no mundo do empreendedorismo. 

E para comprovar isso, apresentamos duas histórias de mulheres diferentes, mas com a mesma determinação.

Nossa primeira entrevistada, Cristiane, desempenhou o papel de pai e mãe dentro de casa. Ela abriu mão dos prazeres da vida para trabalhar e cuidar de suas duas filhas, após se separar do marido que frequentemente a agredia. Cris saiu de casa e foi morar com as filhas nos fundos da casa dos pais, em um espaço de dois quartos.

“Eu tive que trabalhar por dois, não tinha tempo para ser apenas a ‘mãe’ e em algum fim de semana se divertir com as amigas. Eu tive até que ‘matar’ meu lado mulher, para ser mãe/pai ao mesmo tempo, e isso foi exaustivo. Tudo dependia extremamente de mim, a criação das meninas, as contas, tudo exatamente tudo” disse ela em entrevista.

Sob diversas formas e intensidades, a violência doméstica contra as mulheres é recorrente e presente em todo o mundo, motivando crimes hediondos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a taxa de mulheres agredidas fisicamente pelo parceiro em algum momento de suas vidas varia entre 10% e 52%.

"Eu presenciei algumas agressões da minha mãe e me lembro de ver o pavor em seus olhos. As agressões ocorriam simplesmente porque meu pai estava estressado. Lembro-me do dia em que decidimos sair de casa após ele cometer um ato violento. A briga começou no carro enquanto íamos ao mercado e, ao chegarmos em casa, a situação só piorou. Nesse dia, os pais da minha mãe tiveram que vir até a nossa casa para ajudar a resolver a situação. Logo depois, decidimos sair de casa, já que as brigas só pioravam. Saímos com nossas roupas em sacolas. Apesar do momento ser triste, no fundo eu fiquei feliz por ela, pois sabia que minha mãe não merecia estar ali e passar por aquela situação", relatou a filha.

Cristiane conseguiu criar as duas filhas com muito trabalho, mesmo não tendo estudo. Mas com seu esforço, conseguiu ver uma das filhas ingressar na faculdade.

"Eu sempre estou 'gritando', pedindo para não fazer isso ou aquilo, porque quero que minhas filhas trilhem um caminho diferente do meu", disse Cristiane.

"Eu não sei se minha mãe sabe ou tem noção, mas ela é uma das minhas maiores motivações para estar onde estou e chegar onde quero. Toda vez que penso em desistir, eu penso 'por ela, tenho a obrigação de insistir em mim'. E apesar de não parecer, porque filho é aquela coisa, né? (risos), eu tenho muito orgulho da mulher que ela é, ela é a minha maior motivação e meu amor por ela não tem limites.", finalizou a filha. 

Agora, temos outra mulher que também decidiu escrever sua própria história. Priscila Lima, ela é mãe de duas meninas e casada há sete anos. Ela conseguiu abrir seu salão de beleza durante a pandemia da COVID-19, em um momento em que muitas pessoas fecharam seus negócios.

“Eu me formei em Estética em 2019", disse Priscila. "Na escola, eu comecei a perceber que podia ser mais do que uma cabeleireira e decidi abrir meu próprio negócio, apesar das dificuldades impostas pela Covid-19."

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 1,3 milhão de empresas fecharam temporária ou definitivamente. Durante a pandemia, 522,7 mil (39,4%) encerraram suas atividades, sendo que 518,4 mil (99,2%) eram de pequeno porte e 4,1 mil (0,8%) de porte intermediário. No entanto, Priscila foi contra as estatísticas.

"Com o cenário estressante, notei que muitas pessoas estavam sofrendo com problemas no couro cabeludo causados pelo estresse. Foi então que decidi aprofundar meus conhecimentos na área e, em 2021, me formei em terapia capilar", continuou Priscila.

Para a profissional, ver a satisfação no rosto de seus clientes não tem preço. Essa situação a motivou ainda mais a obter bons resultados e ela conseguiu se destacar tanto que, em 2022, lançou sua própria linha de cosméticos artesanais, a La Belle Evve, um projeto que sempre sonhou.

A linha de produtos da cabeleireira ajuda no tratamento da terapia capilar, trazendo ativos naturais. 

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