Alto Tietê

Operação GAECO prende policiais e um delegado em Mogi

Segundo o MP-SP, grupo extorquia dinheiro de traficantes

Mirian Sarmento

Publicado

há 1 ano

em

Operação GAECO prende policiais e um delegado em Mogi

Ação teve início na quinta-feira / Foto: divulgação/BAEP

No início da manhã de quinta-feira (22), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime organizado (GAECO), com o apoio das corregedorias da Polícia Militar e da Polícia Civil, deu início ao cumprimento de 27 mandados de busca e apreensão e 23 mandados de prisões temporárias pela região de Guarulhos, São Paulo, Mogi das Cruzes e diversas outras cidades da região Metropolitana.

A investigação do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) examinou, há mais de um ano, e confirmou a existência de um grupo de autoridades policiais civis e militares que promovem e fomentam a extorsão de traficantes.

O grupo seria formado por policiais civis, delegados e policiais militares, que atuariam na capital e na região metropolitana. Entre os suspeitos detidos, existe um delegado que foi preso em Mogi das Cruzes e ouvido na capital de São Paulo. 

Além dele, quatro policiais civis, também em Mogi das Cruzes, dois policiais militares, em São Paulo, e ainda alguns traficantes das citadas regiões foram presos. Até o momento do fechamento desta edição, ao todo, foram 22 pessoas detidas na operação.

Os depoimentos e nomes dos presos envolvidos no crime não foram divulgados, uma vez que o caso segue sob sigilo.

De acordo com Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), os suspeitos, além de explorar o tráfico de drogas, ainda têm envolvimento com a facção criminosa do Primero Comando da Capital (PCC) do Estado de São Paulo.

Segundo o MP, as negociações com os criminosos ocorriam com base em ameaças. “Ao localizarem os pontos de venda de drogas, os policiais passavam a forçar os traficantes a efetuar pagamentos de propina, sob ameaça de prisão caso não dessem o valor exigido”, explicou o MP. O grupo exigia valores de R$10 mil a R$20 mil por semana dos traficantes.

“Quando havia um desacerto com os traficantes, os envolvidos invadiam os locais e subtraiam, mediante violência e grave ameaça, as drogas que tinham no local, armas e valores em espécies que eram localizados nos locais”, informou o Ministério.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado afirmou que a “polícia civil e militar possuem  corregedorias fortes e atuantes, que não compactuam com desvios de condutas de seus agentes policiais.”

"Ambas prestam apoio a uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), órgão do Ministério Público”, afirma parágrafo da nota, sem dar qualquer detalhe da operação.