Mogi das Cruzes

Jogador chega a Mogi e diz que teve medo de morrer na Ucrânia 

O jogador de futebol Guilherme Nascimento, de 18 anos, felizmente retornou ao Brasil e contou seu testemunho na igreja evangélica

Vania SousaTatiana Silva

Publicado

há 2 anos

em

Jogador chega a Mogi e diz que teve medo de morrer na Ucrânia 

Guilherme conta como foi difícil sair da Ucrânia em meio aos bombardeios. Foto: Vania Sousa

O jogador de futebol Guilherme de Souza Nascimento, de 18 anos, que mora há três anos e meio em Mogi das Cruzes e mudou-se há um mês para a Ucrânia para realizar o sonho de jogar em outro país, retornou no dia 02 ao Brasil, depois de horas de caminhada e muita tensão. O atleta é natural de Roraima e, no fim do mês passado, relatou ao O Novo, por meio de áudios, o terror e o medo que viveu após o início dos bombardeios da Rússia à Ucrânia, no dia 24 de fevereiro.

Assim como ele, outros brasileiros imploraram à embaixada brasileira uma saída para deixar a cidade de Kiev, capital da Ucrânia. Felizmente, Guilherme conseguiu deixar o país. Ao desembarcar em solo brasileiro, ele disse aos jornalistas no Aeroporto de Guarulhos que seu maior desejo era ir ao culto, contar seu testemunho. E cumpriu a promessa. Nesta quarta-feira (2), ele esteve em dois cultos na Igreja Comunhão e Adoração, da qual faz parte, na Vila Joia, em Mogi, e falou com detalhes tudo o que viveu.

“Os meninos que estavam comigo foram embora e eu fiquei sozinho no apartamento; senti muito medo. Eu via os aviões-caça passando em cima da minha cabeça, temia que um bombardeio acontecesse. Precisei deixar muita coisa para trás, chuteira, roupas, para conseguir pegar a estrada e voltar”, disse ele.

O atleta contou, também, que a Embaixada não tinha como ajudar enquanto estivessem na Ucrânia: “Mas, assim que chegamos na Romênia, e com muita dificuldade ultrapassar a barreira dos soldados, conseguimos pegar um ônibus para um hotel e lá passamos a noite. Depois disso,  eu conheci um homem, de nome Moraes, que me emprestou o cartão dele para que eu pudesse comprar a minha passagem, agradeci muito a ele e fiquei sem entender como um estranho me deu seu cartão e senha para eu comprar minha passagem, que custou mais de R$ 12 mil”.

Durante todo tempo, Guilherme manteve contato com a namorada, Vitória, a Toia, e, no final de seu testemunho confessou: “Eu achei que eu fosse morrer, mas Deus sempre dá um jeito de nos honrar. Eu nunca tinha visto aquele cara na minha vida, e ele me ajudou no momento que eu mais precisei. Sou grato a todos pelas orações e agora quero ver meus pais, neste fim de semana e depois continuar jogando, que é o que eu amo fazer”, enfatizou ele, que disse que a guerra começou um dia antes de ele assinar o contrato com o time ucraniano FC Kolos.