Guararema

Prefeito Zé Luiz promete hospital regional para meados de 2022

Zé falou da retomada econômica com a queda de casos da Covid-19, dos projetos sociais, ambientais e da entrega do hospital    

Vania Sousa

Publicado

há 2 anos

em

Prefeito Zé Luiz promete hospital regional para meados de 2022

Júlia Andrade

Mais conhecido como Zé, José Luiz Eroles Freire (PL) é o prefeito de Guararema, uma das cidades mais visitadas por turistas na região do Alto Tietê pelas suas belezas naturais, seu clima agradável e acolhida dos moradores. Eleito com 54,57% dos votos válidos em 2020, Zé tem 60 anos e sempre viveu em Guararema. É formado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Braz Cubas (UBC) e atua como empresário no setor há 36 anos. Trabalhou na Prefeitura de Guararema por 19 anos (1989 e 2008), onde foi secretário de Obras e de Desenvolvimento Econômico. Em 2018, assumiu o cargo de secretário-adjunto de Transportes a convite do governador Márcio França, em São Paulo. Zé também atuou em causas sociais como voluntário. É casado há 25 anos com a professora Carmem Rosana e pai de Pietra, que hoje administra seus negócios.
 
Nesta quarta-feira, 18, ele falou ao jornal O Novo, numa live transmitida ao vivo pelo Facebook e Instagram e que já pode ser conferida no site www.onovo.com.br. A seguir, os momentos mais marcantes da entrevista.

O Novo: O sr. assumiu o governo de Guararema logo após pegar Covid, fale um pouco dessa experiência? 

Zé: Obviamente é uma experiência muito triste, mas eu olho para frente. Na minha vida, o pára-brisa é grande, mas o retrovisor é pequeno. Eu uso o passado sempre como referência, mas olhando sempre pra frente. Foi uma experiência muito grande. Eu aprendi muito. Tenho certeza que se Deus me mandou para o hospital Ele sabia que eu tinha forças pra aguentar. Foram 10 dias na UTI e 4 dias no quarto, 3 em estado crítico, mas foi tudo muito rápido. Não fui entubado, mas sempre tive fé e em momento algum eu achei que eu ia morrer. Saí debilitado, mas fortalecido. E a grande lição que eu aprendi é que nós devemos respeitar a Covid-19, os protocolos e fazer o máximo para proteger nossa população contra essa doença. Tive alta no dia 24 de dezembro de 2020 e, no dia da posse, 1º de janeiro de 2021, eu fui de bengala, ainda fazendo fisioterapia e muito debilitado.      

O Novo: Como tem sido administrar a cidade em meio à pandemia?

Zé: Na realidade, esses quase oito meses de mandato se resumiu a salvar vidas. Seguir os protocolos, coibir aglomerações, pedir para as pessoas usar máscaras e cuidar uma das outras. Tivemos momentos piores da pandemia, estamos num momento mais tranquilo, mas não é hora de baixar a guarda. Temos feito um trabalho com nossa equipe, especialmente a da Saúde, pra cobrar vacinas, realizar os dias D de vacinação. São finais de semanas em que a equipe tem trabalhado das 8h às 22h aos sábados e das 8h às 17h aos domingos. Numa cidade pequena nós conhecemos as vítimas. Outro ponto importante foi a valorização do SUS, do Instituto Butatan, da Fiocruz, que muitos não conheciam. E não vamos baixar a guarda enquanto toda nossa população não estiver imunizada.        


O Novo: O resultado da vacinação na cidade tem correspondido às suas expectativas?

Zé: Hoje, a primeira dose está com 76%; é o maior índice do Brasil. São mais de 30 mil doses aplicadas e 10 mil da segunda dose e dose única com quase mil. Esses números são resultado do trabalho da equipe. É honroso pra mim ver os funcionários trabalhando nos finais de semana.  

O Novo: Sabemos que a cidade não tem um hospital com UTI e isso é um desejo da população e também dos políticos da cidade. Até que ponto isso prejudicou os guararemenses durante a pandemia?

Zé: Primeiro vamos falar da expectativa do hospital: 10 entre cada 10 guararemenses esperam por esse hospital. Prefeito Adriano (Leite) trabalhou bastante para isso, nós também estamos. Hoje, nós sofremos com os aumentos constantes dos materiais de construção. Estamos fazendo um trabalho muito intenso nesse sentido e nós vamos entrega-lo. Se atrapalhou, sim, mas nós contamos com o SUS e também fizemos convênios com dois hospitais de Suzano e um em Guarulhos e quando não havia vagas no SUS, nós encaminhávamos. O hospital é um sonho de todos os guararemenses, então, é meu sonho. Eu vou lá toda semana, estamos resolvemos tudo com os órgãos competentes.     

O Novo: Como estão as obras do tão esperado Hospital Regional e quando pretende entregá-lo à população?

Zé: As obras da primeira fase devem ficar prontas em meados do ano que vem. Aí vamos iniciar a segunda fase.  

O Novo:  Quanto custará esse equipamento? De onde vieram os recursos?

Zé: Ele deve custar entre R$ 45 a R$ 50 milhões. Os recursos vieram parte da Prefeitura Municipal e parte do Governo Federal. 

O Novo: A cidade teve alguma perda de verbas e repasses tanto estadual quanto federal durante este período de pandemia?

Zé: Não. O governo tanto estadual quanto federal tem nos auxiliado muito, em todas as áreas: Saúde, Educação, geração de emprego, pavimentação e infraestrutura. Então, temos uma parceria muito boa e isso se deve ao trabalho dos nossos deputados federal Marcio Alvino e estadual André do Prado. Eles são os nossos embaixadores um em São Paulo e o outro em Brasília, sempre apoiando Guararema.     

O Novo: Sr. prefeito, Guararema sempre foi muito elogiada no quesito Educação. Houve alguma perda na qualidade nesta área por causa da suspensão das aulas? 

Zé: Eu tenho informação de que as perdas foram mínimas. É claro que as aulas presenciais são muito importantes, mas a nossa equipe trabalhou com afinco para manter a qualidade do ensino. Mas, na questão da merenda escolher, foi feita uma avaliação das necessidades e foram distribuídas cestas com hortifrútis às famílias vulneráveis. O nosso IDEB é o segundo maior da região Metropolitana, um dos maiores do Brasil, e nossa merenda é uma das melhores. 

O Novo: Tem algum projeto para que os alunos possam compensar este tempo sem aulas presenciais?

Zé: Sim, temos um projeto de Educação Criativa. A professora Clara e toda a sua equipe estão trabalhando para isso. E nós estamos enfrentando todas as dificuldades da melhor forma possível, mantendo todo cuidado. As crianças estão sendo muito obedientes aos protocolos. Isso é muito gratificante.  

O Novo: Guararema é uma cidade turística, consegue calcular as perdas do setor neste ano com as restrições impostas pelo governo?

Zé: É óbvio que a cidade esteve fechada bastante tempo, nós até fizemos uma campanha: Venha para Guararema, mas não agora. É claro que os nossos restaurantes, bares, cafés tiveram muito prejuízo. Mas Guararema tem muitas pessoas que têm casas de veraneio e vieram morar na cidade. E isso trouxe lucro para supermercados etc. Agora, com a queda dos casos, já temos mais gente na cidade, com todo o cuidado. As pessoas estão vindo, mas eu não posso ser irresponsável nesse momento. Então, não teremos grandes eventos como o aniversário da cidade e o Cidade Natal, até que todos estejam devidamente vacinados.    

O Novo: Qual a estratégia para atrair o público neste período de flexibilização? 

Zé: A gente tem uma parceria muito grande com a Associação Comercial de Guararema, desde o início da pandemia, para escolhermos os melhores caminhos. O nosso secretário de Trabalho e Desenvolvimento Econômico e outras secretarias temos algumas iniciativas como a do calçadão de Guararema, onde autorizamos o uso de mesas, cadeiras e ombrelones na área externa, onde as pessoas vão poder ficar mais tranquilas, no espaço aberto, quanto ao distanciamento. 

O Novo: Com o cancelamento do Guararema Cidade Natal, como pretende atrair turistas para a cidade?

Zé: Este ano não teremos nem o aniversário de Guararema, nem o Cidade Natal, mas estamos preparando mais eventos na cidade, para que o comerciante possa ganhar o ano inteiro. Antes, recebíamos cerca de 500 mil pessoas no Cidade Natal. Muita gente, isso tumultua as vias, prejudica os moradores. Estamos trabalhando muito nisso e no próximo ano teremos outros tipos de eventos.   

O Novo:  Faça um balanço do mandato até este momento? 

Zé: Eu sou mais gestor do que político. Nós temos tentado de todas as formas auxiliar a população. O Fundo Social de Solidariedade tem trabalhado muito, juntamente com a Secretaria de Assuntos Sociais dando apoio às famílias em situação de vulnerabilidade. Temos criado cursos em várias secretarias para capacitar pessoas para o mercado. Criamos inúmeras vagas, onde pagamos R$ 600 por mês e as pessoas trabalham quatro dias por semana e no quinto dia fazem o curso. Estamos trazendo quatro indústrias que vão gerar 500 empregos e preparando jovens da cidade para que possam trabalhar nestas empresas. Temos trabalhado dando apoio ao setor de agricultura, para isso criamos o Selo Verde.

Também estamos dando apoio aos comerciantes. Na Educação, temos creches sendo construídas; estamos com um projeto muito grande de mobilidade urbana e também no setor ambiental, com APAS sendo criadas, preservação dos Rios e também o IPTU ambiental em Guararema, estamos nos preparando para trocar a frota da cidade. Também projetos na área social, cultura e esportes. A cidade está muito bem monitorada e aumentando o número de câmeras. Os bairros mais afastados estão recebendo tratamento de água pela Sabesp e melhorando os serviços da EDP também. Agradeço aos vereadores que colaboram para tudo isso. Essa parceria é muito importante.      

O Novo: O sr. pretende a reeleição? Já pensa nesta possibilidade?

Zé: Olha, eu fui eleito em novembro do ano passado, o que eu penso hoje é vencer a pandemia e cuidar da nossa cidade e da população. Eleição é pra depois.  

O Novo:  Quais suas perspectivas para os próximos meses, tanto no sentido político quanto numa retomada econômica e social com a queda dos números dos casos de Covid? 

Zé: Queremos retomar o progresso, retomar efetivamente o turismo, começar obras necessárias a Guararema, olhar para a questão ambiental, adiantar pavimentações, acabar as obras do hospital, terminar obras de escolas e creches, enfim, as ideias é tocar a vida pra frente. Temos muitos ciclistas nos fins de semana e precisamos criar ciclovias para que as pessoas possam deixar o carro em casa e andar de bicicleta. Eu também ando. Quero fazer uma boa administração, para continuar morando na cidade. Queremos melhorar nossas igrejas, Nossa Senhora da Escada, da Ajuda. No começo do ano fizemos uma grande reforma administrativa, enxugamos a máquina e hoje quem está comigo está trabalhando muito. Vamos fazer, ainda, uma reforma no Mercado de Guararema. Luís Carlos também vamos transformá-la num local de muitos eventos, entre outros bairros.   

Ano que vem, teremos uma grande surpresa, pois estamos preparando uma revolução no transporte público coletivo em Guararema. Não posso falar agora, mas isso vai unir ainda mais os bairros.  

O Novo: Faça suas considerações finais e fale sobre o que o povo de Guararema pode esperar de seu mandato nos próximos três anos.

Zé: Eu quero dizer que a população pode esperar de mim: trabalho, trabalho, trabalho e trabalho. As portas do meu gabinete estão abertas. Quero dizer aos turistas, venham para Guararema. Aos jovens, às pessoas, tomem a vacina. Não se aglomerem, cuidem uma das outras. Agradeço a todos vocês.