Conexão Esportiva

As batalhas de um cavaleiro

A importância de Lewis Hamilton na F1, dentro e fora dela

Rafael Donizete

Publicado

há 2 anos

em

As batalhas de um cavaleiro

Reprodução

Esse ano o inglês Lewis Hamilton está a um passo (ou quilômetros, como preferir) de ser tornar o piloto com mais títulos mundiais de toda a história da F1. Será seu título mundial de número oito, passando a marca de Michael Sumacher que encerrou sua carreira totalizando 7 títulos.

O que muitos não sabem é que Hamilton possui outro título, talvez o mais importante da sua vida: o título de Cavaleiro da Ordem do Império Britânico, alta honraria concedida a pessoas civis com origem britânica, concedido pela Rainha Elizabeth II. Mais que merecido. “Sir" Hamilton tem enfrentado grandes “batalhas” na sua carreira. E não estamos falando só dos duelos contra “Verstapen coração de touro", mas de um inimigo forte e perigoso: o racismo.

Depois dos assassinatos de duas pessoas negras nos EUA: da policial Breonna Taylor, e do segurança George Floyd, Hamilton tem travado arda batalha contra o racismo, fazendo os “grandões" da F1 se mexerem em favor do combate ao racismo. Para começar, a Mercedes trocou a cor prata e começou a usar preto nos carros e uniformes. Não podemos esquecer de mencionar o ritual de ajoelhar e se manifestar antes da corrida, que também foi introdução dele.

Pilotos vestindo camisetas com mensagens e a campanha contra o racismo e o preconceito da FIA, We Race as On (corremos como um só, em português), são alguns exemplos de que a F1 está se tornando mais que um espetáculo de velocidade. Mas essa luta é às vezes desgastante, pois nosso cavaleiro tem lutado sozinho num terreno hostil. Em uma publicação no Instagram, Hamilton disse estar “sozinho”, e que “a indústria que ele trabalha é dominada por brancos”.

No começo do ritual de ajoelhar antes da corrida, seis dos pilotos da categoria se recusaram a prestar o ato. Sem mencionar a repreensão por usar uma camiseta no pódium pedindo a prisão dos agressores de Breonna Taylor. Mas uma coisa é certa: Hamilton mudou a F1. Com seus recordes, seus manifestos, enfim. A F1 está melhor. Pela primeira vez vemos a categoria além de proporcionar-nos 4 ultrapassagens e velocidade. Pela primeira vez, vemos pilotos lutarem não só por apenas títulos, mas por razão, por mais respeito, pelo fim do preconceito.

A F1 agora vai sendo guiada por um braço forte, por uma força, por uma cor, por um cavaleiro. Vida longa a Sir Lewis Hamilton.

Casado, corretor de imóveis, colunista do Momento F1 no programa Conexão Esportiva, torcedor da Escuderia Ferrari e apaixonado por automobilismo.