Desânimo, aflição, falta de perspectiva. Quem nunca passou por esses sentimentos na vida? Porém, essas sensações, se sentidas com frequência, podem não ser benéficas.
De acordo com levantamentos nacionais realizados no setor da Saúde, os casos de depressão seguem aumentando no Brasil. E, segundo a Pesquisa Vigitel 2021, foi relatado que cerca de 11,3% dos brasileiros apresentaram diagnóstico da doença por médicos especialistas.
Além disso, uma análise Nacional de Saúde (PNS), que foi realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019, constatou que 10,2% dos indivíduos com 18 anos ou mais foram diagnosticados com depressão. Este índice foi maior do que o realizado em 2013, que estava na casa dos 7,6%.
Esse tipo de condição pode se desenvolver a partir da influência de vários genes, que, juntos, atuam entre si.
Fatores depressivos
A depressão é caracterizada por padrões de pensamentos que mantêm o indivíduo com o humor deprimido, desenvolvendo concepções negativas contra si mesmo, o mundo e até sobre o futuro.
As psicólogas e mentoras da LuLe Psicologia, Lucymara Prado e Letícia Alves, esclareceram quais são os quatro principais grupos de sintomas da depressão: indícios cognitivos (autocrítica, desesperança, pensamentos suicidas); mudanças comportamentais (isolamento, não realizar atividades prazerosas, dificuldade para iniciar projetos); sintomas físicos (insônia, cansaço, alterações no peso); indícios emocionais (tristeza, irritabilidade, raiva, culpa).
Além disso, elas explicaram que esse tipo de transtorno pode ser causado por diversos fatores, tais como: histórico familiar; disfunções hormonais; estresse ou casos de ansiedade; luto; excesso da carga de trabalho; endividamento; entre outras razões orgânicas.
Com a chegada da pandemia da Covid-19, esse assunto ganhou destaque e triplicou ainda mais os sintomas, que se manifestaram de forma alarmante. Segundo as psicólogas e dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), houve um aumento de 25% de casos durante essa fase. “Com a Covid, tanto sintomas ansiosos quanto depressivos aumentaram muito, pois a insegurança, de maneira geral, aumentou.”
“O medo de perder o emprego, de adoecer, de endividamento, de perder alguém contribui para este quadro, pois, basicamente, tivemos que adaptar toda nossa vida”, disseram.
Um ponto que foi destacado pelas especialistas é que as mulheres são mais propensas à depressão, se comparadas aos homens. Isso porque elas contabilizam o maior número de busca pelo diagnóstico e tratamento, como também pelo fato de se sentirem mais vulneráveis frente ao impacto social e econômico.
Em suma, para reverter a situação, Letícia e Lucymara alertam que é importante contar com a ajuda de psicólogos e psiquiatras, treinar pensamentos para reconstrução cognitiva, praticar exercícios físicos, ter pessoas queridas em sua rede de apoio e, principalmente, planejar atividades.