Guararema

Mr. Smith Goes to Washington

José Freire

Publicado

há 5 anos

em

Mr. Smith Goes to Washington

As causas perdidas são as únicas pelas quais se vale a pena lutar; frase do clássico cinematográfico americano Mr. Smith Goes to Washington.  O filme trata da ascensão do chefe dos escoteiros Jefferson Smith (James Stewart) ao cargo de senador devido ao falecimento de um parlamentar antes do fim do mandato. O Sr. Smith é o americano típico: prático, sincero e direto. Ele conquista a todos que assistem ao filme por sua simplicidade, patriotismo e simpatia.
Apesar de suas boas intenções, ele logo se depara com sérias dificuldades no Congresso: clientelismo, alianças obscuras, fraudes e barreiras burocráticas. Na tentativa de aprovar um projeto para construir um campo aos escoteiros do seu estado, o Sr. Smith é acusado desonestamente de ser o proprietário do terreno que seria adquirido, beneficiando-se diretamente dessa transação por conta de sua posição política privilegiada. Chocado com a atmosfera decadente e viciada de Washington, o Sr. Smith inicia sua Via Crucis para provar sua inocência. Não seria o Brasil mais uma causa perdida e as eleições de amanhã o atestado de óbito da falência moral do país? Provavelmente, sim. Contudo, talvez possamos tirar uma lição do Sr. Smith. Eis uma lei da existência humana: quanto mais medíocre um homem, mais ele pauta suas ações por interesses e compromissos transitórios e menos por princípios; concluímos que nossa classe política está povoada por homens medíocres que nada tem na cabeça. Em contrapartida, o homem eterno pauta ações por aquilo que T.S Eliot chamou “coisas permanentes”, dentre elas: o amor,  justiça,  propriedade e a religião. Opondo-se à moda, ele molda seu ambiente, não se deixando moldar por ele. Sem receio de que sua  doutrina será taxada de fanatismo ou idealismo, caminha sozinho no meio de injúrias. Por basear suas ações no que é eterno, suas obras ganham a qualidade daquilo que as sustentam, tornando-se eternas. Não foi assim com São Frei Galvão, Joaquim Nabuco, Roberto Campos e Ariano Suassuna? Brasileiros que transcenderam a época e se eternizaram no imaginário popular? Urge então que despontam entre nós mais homens e mulheres, eternos. Com isso, se você for votar amanhã e estiver convicto de que o Brasil é uma causa perdida, lembre-se: as causas perdidas são as únicas pelas quais se vale a pena lutar; e muitos homens e mulheres lutaram pela Terra de Santa Cruz. Por que não se juntar a eles?
 

José Freire Nunes é  um jovem de 24 anos, que se formou na Universidade de São Paulo (USP) no ano de 2016 no curso de Direito. Atualmente, atua como mentor educacional. Freire, fez cursos no Canadá, Estados Unidos e Inglaterra.  Os cursos consistiram em seminários de verão de 4 dias a até 15 e cursos de inglês de até 4 semanas. 
Os cursos ocorrerem na Universidade de Cambridge (UK), Universidade de Harvard, Universidade de Yale e Bryn Mawr College.