Educação

Professora de Guararema vence Prêmio CpE na Sala de Aula

Projeto voltado à temática socioemocional desenvolveu uma revista em quadrinhos com relatos do que os alunos viveram na quarentena

Redação

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há 3 anos

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Professora de Guararema vence Prêmio CpE na Sala de Aula

Há dois anos na rede municipal, Suéller Costa faz uso das múltiplas linguagens para estimular o interesse dos alunos/Divulgação

Pensando nos aspectos socioemocionais de seus alunos, a professora de língua inglesa, Suéller Costa, desenvolveu com as turmas do 1º ao 5º ano da Escola Municipal Presidente Getúlio Vargas, da rede de ensino de Guararema, o projeto “It’s Okay to Feel your Feelings”, que significa “Tudo Bem Sentir os Seus sentimentos”. A iniciativa foi vencedora no Prêmio CpE na Sala de Aula, realizado pela Rede Nacional de Ciência para a Educação.

A educadora se destacou na categoria “Medidas para Mitigar as Questões Emocionais entre Alunos e Professores”, que procurou elaborar propostas realizadas em todo o Brasil para acolher a comunidade escolar no novo ano escolar, ainda no momento pandêmico. Segundo a organização, a equipe recebeu mais de 200 relatos, e coube à Comissão Julgadora a escolha dos vencedores.

O projeto chamou atenção por mostrar a atenção, e, ao mesmo tempo, preocupação em como receber os alunos após um ano de isolamento social. O retorno às aulas acontecia aos poucos, e, por conta disto, foi realizado de forma híbrida, tanto presencial quanto remoto. Após conhecer as turmas, a professora começou a desenvolver a proposta com o objetivo de ouvir as crianças, para saber como elas estavam e o que passaram ao longo da quarentena.

Por lecionar língua inglesa, explorou os sentimentos no idioma estrangeiro, e, ao contextualizá-los com o período pandêmico, atingiu sua missão, a aproximação dos alunos, por meio da escuta ativa, e, em especial, a afetividade e solidariedade a todos, em vista do que vivenciaram junto às suas famílias em um período tão delicado. Primeiramente, foram apresentados os vocábulos e expressões relativas à temática no idioma estrangeiro e, com os significados apreendidos, uma roda de conversa para contextualizar os conteúdos com situações reais.

Segundo a professora, os relatos construíram um precioso enredo, envolvendo histórias tristes e felizes. “Em alguns momentos, tive de conter a emoção, e os alunos, a comoção. Isso porque ouvimos relatos fortes, como a perda de entes queridos”, contou a educadora, “para se ter uma ideia, entre dez crianças, cerca de oito vivenciaram o luto”, explicou.

“Por outro lado, houve registros alegres, como a oportunidade de ficarem mais tempo com os pais, pois a maioria trabalha o dia todo, e o período junto aos filhos é sempre curto. Então, para as crianças, esta convivência foi significativa”, comentou Suéller Costa, ainda sobre a percepção dos alunos.

Em vista da relevância das narrativas, a educadora sentiu a necessidade de registrar as vivências, dando amplitude ao projeto. Os alunos foram desafiados a transformar os textos orais para os escritos e ilustrativos. A linguagem dos quadrinhos foi a escolhida para o trabalho, pois as crianças são familiarizadas com o estilo.

Após explicar as características desse gênero, elas transcreveram suas experiências pelos balões e desenhos. Todos fizeram as produções em duas versões, na língua portuguesa e, em seguida, inglesa. E, logo depois, participaram de um uma apresentação geral, para todos conferirem os trabalhos dos colegas, treinando a leitura e escrita, além da oralidade e interpretação.

Ao longo do processo, foi falado sobre os profissionais que atuam nessa área, e, para responder às curiosidades dos educandos a respeito da área, quatro quadrinistas foram convidados para conversar com as turmas. Como não era possível um encontro presencial, os alunos produziram vídeos com suas perguntas, a professora enviou aos especialistas, que, gentilmente, responderam a todos. Em seguida, foi editado um vídeo com todos os depoimentos, exibido aos grupos, tanto em sala quanto pela plataforma digital.

Toda esta experiência resultou na revistinha intitulada "It 's Okay To Feel Your Feelings”, que reuniu mais de cem histórias reais. “Elas evidenciam que estes educandos, que têm sido chamados de Geração Covid-19, possuem muitas histórias para revelar e experiências de vida para compartilhar”, conta a professora.