por Natasha Pizzolito

Racismo estrutural no Brasil

Natasha Pizzolito

Publicado

há 4 anos

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Racismo estrutural no Brasil

Mais de cem milhões de afrodescendentes vivem no Brasil, a segunda maior nação negra do mundo, todavia as estatísticas confirmam que o racismo não deixou de existir no país. A Organização das Nações Unidas (ONU), realizou um estudo sobre a descriminação no país e concluiu que o racismo no Brasil é “estrutural e institucionalizado” e “permeia todas as áreas da vida”. De acordo com o estudo publicado, os especialistas concluíram que o “mito da democracia racial” ainda existe na sociedade brasileira e uma parte “nega a existência do racismo”. O estudo ainda revela que os negros são os que mais são assassinados, têm menor escolaridade, menores salários, maior taxa de desemprego, menor acesso à saúde, morrem mais cedo e têm a menor participação no Produto Interno Bruto (PIB). São também a parte mais representada nas prisões e os que ocupam menos postos no governo. A organização sugere que se “desconstrua a ideologia do branqueamento que continua a afetar as mentalidades de uma porção significativa na sociedade”. Também destaca que “O Brasil não pode mais ser chamado de uma democracia racial e alguns órgãos do Estado são caracterizados por um racismo institucional, nos quais as hierarquias raciais são culturalmente aceitas como normais”. Quando formos falar de racismo, temos que ter algo bem claro em mente: não se trata de um problema simples, de algo isolado, de casos específicos, de ofensas com famosos negros que vemos repercutir na televisão. É um problema estrutural e institucionalizado e que permeia todas as áreas da vida, como aponta a própria ONU. Em pesquisa divulgada pelo Ministério do Trabalho mostra que para cada 100 reais ganhos por trabalhadores brancos com ensino superior, um negro graduado ganha R$ 67,58. A média de salário entre negros formados é de R$ 3.777,39 contra R$ 5589,25 de brancos, quantia 47% maior. Há de se chegar o dia em que todos os brasileiros saberão que somos iguais, e agirão em conformidade com esta premissa. Enquanto este dia não chega, continuaremos sonhando, agindo e trabalhando em nome desta nobre missão.