por Mirela Rodrigues

Dia dos Pais e abandono afetivo

Mirela Rodrigues

Publicado

há 5 anos

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Dia dos Pais e abandono afetivo

De fato é muito importante comemorar o Dia dos Pais, demonstrar a gratidão sentida por homens que prezam pela vida dos filhos. Sempre existe aquela famosa comparação destas pessoas a heróis, afinal parecem ser capazes de realizar os feitos mais improváveis. Sim, é bacana fazer essa ligação mas há um outro lado preocupante. Nós precisamos falar sobre o abandono afetivo. 
Enquanto este domingo será especial para muitas pessoas que têm seus pais ao lado, para outras será um momento de, no mínimo, descontentamento. Não que elas tenham culpa disso, muito pelo contrário. Nem to­dos os pa­is cum­prem a obri­ga­ção le­gal de cu­i­dar de seus fi­lhos. Este descuido, ca­da vez mais de­ba­ti­do na so­ci­e­da­de, pode até gerar con­de­na­ções ju­di­ci­ais. O ato de aban­do­nar um fi­lho é considerado uma for­ma gra­ve de mal­tra­to. 
Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), divulgados em 2016 e com base no Censo Escolar de 2011, apontam que há 5,5 milhões de crianças brasileiras sem o nome do pai na certidão de nascimento. Em 2015, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que o Brasil ganhou mais de 1 milhão de famílias compostas por mãe solo em um uma década.
Importante ressaltar que uma cri­an­ça aban­do­na­da pelo pai po­de apre­sen­tar de­fi­ci­ên­cias no com­por­ta­men­to. A dor sentida, devido à constante espera de sentimento paterno, seja amor ou no mínimo aten­ção, que não é recebido, po­de causar dificuldade no re­la­ci­o­na­men­to interpessoal e no âmbito es­co­la­r, bai­xa au­to­es­ti­ma, de­pres­são e outros pro­ble­mas de sa­ú­de, com­pro­va­dos por es­tu­dos clí­ni­cos e psi­co­ló­gi­cos.
Se você não se enquadra de forma alguma neste texto, aproveite o momento para agradecer. Esta, infelizmente, é a realidade de muitos que não têm uma pessoa para chamar de pai, no real sentido da palavra.