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Ministério da Saúde determina que profissionais da área da saúde notifiquem casos suspeitos de intoxicação por metanol

Decisão foi anunciada terça-feira (30) após São Paulo registrar 6 casos confirmados, 10 em investigação e 3 mortes relacionadas ao consumo de bebidas adulteradas

Sara Virginia

Publicado

ontem

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Ministério da Saúde determina que profissionais da área da saúde notifiquem casos suspeitos de intoxicação por metanol

Imagem reprodução | PORTAL GOV.BR

O Ministério da Saúde determinou ontem, terça-feira (30) que todos os profissionais da área da saúde do Brasil notifiquem imediatamente ao Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) qualquer suspeita de intoxicação por metanol.

A medida foi anunciada pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante coletiva realizada em Brasília. O objetivo é reforçar a vigilância e a resposta rápida a casos suspeitos, especialmente após o estado de São Paulo registrar seis ocorrências confirmadas, dez em investigação e três óbitos relacionados ao consumo de bebidas adulteradas.

Segundo o ministro, a notificação precoce é essencial para identificar não apenas os casos em São Paulo, mas também possíveis intoxicações em outros estados do país. “Essa determinação é para que possamos identificar mais rapidamente não só o que está acontecendo no estado de São Paulo, mas também possíveis intoxicações em outros estados, a partir de comportamentos clínicos e epidemiológicos anormais”, afirmou Padilha.

O ministro também destacou que a Polícia Federal participa das investigações em razão da suspeita de envolvimento de uma organização criminosa na adulteração de bebidas.

A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Mariângela Simão, reforçou que a colaboração dos profissionais de saúde é fundamental. “Para que o sistema funcione, alguém precisa notificar. É importante que os profissionais estejam em alerta e possam identificar precocemente os casos. Além disso, pessoas que tenham consumido álcool de procedência desconhecida e apresentem sintomas relacionados à intoxicação por metanol devem procurar imediatamente uma unidade de saúde”, destacou.

O Ministério da Saúde publicará uma nota técnica com orientações sobre sinais e sintomas clínicos da intoxicação, além de instruções sobre o uso de antídotos. Atualmente, o Brasil conta com 32 Centros de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox), que oferecem suporte para diagnóstico, manejo de intoxicações, toxicovigilância e gestão de risco químico. Apenas em São Paulo, há nove unidades disponíveis.

Padilha também pediu que gestores municipais e estaduais reforcem com os profissionais de saúde o protocolo de notificação de casos suspeitos de intoxicação exógena, disponível no Guia de Vigilância em Saúde.

A investigação dos casos em São Paulo está sob responsabilidade da Polícia Federal, em conjunto com órgãos de controle e vigilância sanitária. As autoridades associam os casos registrados ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas.

A recomendação é que bares, empresas e estabelecimentos comerciais redobrem a atenção quanto à procedência dos produtos. Aos consumidores, a orientação é evitar a compra de bebidas sem rótulo, sem lacre de segurança ou sem selo fiscal até a conclusão das investigações.

O metanol é altamente tóxico e pode levar à morte. Normalmente, o Brasil registra cerca de 20 casos por ano, mas só entre agosto e setembro, São Paulo notificou 17, número muito acima da média histórica.

Os principais sintomas da intoxicação incluem dor abdominal, náusea, visão turva ou adulterada e confusão mental. Eles podem aparecer entre 12 e 24 horas após a ingestão da substância. Diante desses sinais, a orientação é procurar imediatamente um serviço de saúde e acionar o CIATox da região para investigação e tratamento adequado.

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