O dia 12 de outubro é sempre marcado pela fé e esperança, e desta vez, não foi diferente. Em comemoração ao Dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do país, romeiros de todas as cidades se reuniram para pagarem seus votos e prestarem homenagem à santa, em uma caminhada até o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, localizado no interior do estado de São Paulo.
A equipe do O Novo foi em busca de pessoas que fizeram parte desta romaria, para entender melhor como foi o trajeto e qual a experiência, após dois anos da pandemia da Covid-19, onde as atividades contavam com restrições. Confira as histórias:
Tatiana Aparecida
Em entrevista com Tatiana Aparecida da Cunha, residente de Guararema e representante comercial, foi exposto a significância desta vivência. “Foi a melhor que eu tive na vida. Quando você está na caminhada, é como se refletisse sua vida inteira.”
Além disso, ela explicou também o motivo de seguir como romeira. “Há cinco anos atrás, passei por uma depressão muito forte e tentei suicídio. Foi a fé em Nossa Senhora que me ajudou.”
Outra questão levantada pela nossa equipe é em como se desdobrava o caminho. Tatiana disse que é um processo onde não há luxo. “Dormimos em postos de gasolina, um ajudando o outro. Chega uma hora em que o percurso se torna árduo e seu corpo ao extremo, mas a fé é maior.”
Por fim, ela completa dizendo como foi agradecer a padroeira. “Pagar meus votos por estar viva e com saúde, foi um momento único. Posso viver cem anos que nunca vou esquecer.”
Paula Suzuki
Paula K. Suzuki, residente de Mogi das Cruzes e médica dermatologista, contou como foi participar. “É a segunda vez que vou para Aparecida a pé. A primeira vez foi pelo caminho da Luz, há uns 5 anos atrás.”
“Tem que ter muita fé, pois a caminhada é difícil. É preciso ter um propósito muito forte para continuar”, acrescenta a médica.
Conforme o comentário sobre as dificuldades que começam a surgir, Paula aproveita para relatar os problemas que enfrentou. “Pelo calor forte e esforço, tive insolação, com dor de cabeça, febre, calafrio, enjoos e sensação de desmaio. Tive que parar para hidratar, descansar até melhorar.” Apesar das adversidades, ela afirma que não pensou em desistir.
No final, ela diz que nos últimos quilômetros, a emoção tomou de conta. “Quando chegamos na Basílica depois de andar mais de 130 km foi só choro e abraços. Nessa hora a exaustão desapareceu.”
Pedro Soliman
Pedro Henrique Negoita Soliman, residente de Ferraz de Vasconcelos e estudante de engenharia civil, disse que não houve promessas. “Eu fui para agradecer tudo que ela fez em minha vida, por todos os momentos em que esteve comigo.”
Ele diz ainda que, durante o percurso, o seu momento mais difícil foi do quilômetro 112 ao 90 km. “Eu já tinha caminhado mais de dezessete horas, estava cansado, com muito sono e dor.”
Outro ponto destacado por Pedro foi sobre se preparar. “Antes de ir, me falaram que era 70% trabalhar a mente e 30% o corpo. Isso é bem real.”
“É um caminho difícil, o principal é aprender a lidar com a dor e ter muita fé, sem isso, você não chega”, destaca o estudante.
Por fim, ele relata a sensação de chegada. “Felicidade. Quando avistei a basílica, simplesmente não acreditei. Chorei de emoção.”